Em seu discurso de posse no Congresso Nacional, nesta quinta-feira (1º), a presidenta reeleita Dilma Rousseff deu o tom de como reforçará no seu segundo mandado as políticas sociais e de como conduzirá a economia sem prejuízos aos trabalhadores e à população mais carente do País. Deixou explícito como o seu segundo governo estará ainda mais empenhado em combater a corrupção por meio de um amplo pacto envolvendo setor público e privado; reforçou a importância da Petrobras, que, segundo afirmou, é “maior que qualquer crise”; e lançou o lema do seu próximo mandato – “Brasil: Pátria Educadora”, sinalizando a prioridade que será dada à educação. “Fui reconduzida à Presidência para continuar as grandes mudanças do País”, disse em um dos momentos do discurso.
Ao agradecer aos milhões de brasileiros anônimos que respaldaram o “projeto de nação que é detentor do mais profundo e duradouro apoio popular da história democrática”, Dilma Rousseff afirmou que “este projeto pertence ao povo” e será com o povo que ele será conduzido. “Este projeto de Nação triunfou e permanece, devido aos grandes resultados que conseguiu até agora”, completou.
Dilma fez questão de destacar o grande salto social do Brasil nos últimos doze anos ao afirmar que o País tem hoje “a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome”. Também lembrou que, nesse período, 36 milhões de pessoas foram resgatadas da extrema pobreza, sendo 22 milhões apenas no seu primeiro mandato. “Nunca tantos brasileiros acenderam à classe média (…), nunca tantos brasileiros conquistaram tantos empregos com carteira, nunca o salário mínimo e os demais salários se valorizaram por tanto tempo e com tanto vigor”.
A presidenta disse considerar que todos os avanços sociais, incluindo o fim da miséria em seus primeiros quatro anos de governo, são apenas o ponto de partida das mudanças que estão por vir. “É hora de perseguir novos objetivos. É hora de melhorar o que está bom, corrigir o que é preciso e fazer o que o povo espera de nós”, reforçou. Em seguida enumerou quais são os anseios dos brasileiros: “O povo quer educação, saúde e segurança de mais qualidade; quer ainda mais transparência e mais combate a todos os tipos de crime, especialmente a corrupção”, continuou.
Estabilidade econômica – Dilma Rousseff reforçou no seu discurso de posse o que falou durante a campanha, que, assim como foi possível crescer e distribuir renda ao mesmo tempo, iria provar ser possível fazer ajustes econômicos sem revogar direitos constitucionais ou trair compromissos sociais assumidos. “Vamos provar que depois de fazermos políticas sociais que surpreenderam o mundo, é possível corrigir eventuais distorções e torná-las ainda melhores”.
A presidenta também explicitou de que forma suas ações estarão orientadas para garantir a estabilidade econômica, a centralidade do controle da inflação e o imperativo da disciplina fiscal. “Em todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar”.
No discurso, ela disse também que, apesar da preocupação com a economia, há muitos pontos para comemorar. “O Brasil é hoje a sétima economia do mundo, o segundo maior produtor e exportador agrícola, o terceiro maior exportador de minérios, o quinto país que mais atrai investimentos estrangeiros, o sétimo país em acúmulo de reservas cambiais e o terceiro maior usuário de internet”, detalhou.
Ainda sobre os avanços econômicos, a presidenta reeleita pontuou que a dívida líquida do setor público é hoje menor do que no início do seu primeiro mandato; que as reservas internacionais estão em patamar histórico, na casa dos US$ 370 bilhões; e que os investimentos estrangeiros diretos atingiram, nos últimos anos, volumes recordes.
“Mais importante: a taxa de desemprego está nos menores patamares já vivenciados na história de nosso País. Geramos 5 milhões e 800 mil empregos formais em um período em que o mundo submergia no desemprego. Porém, queremos avançar ainda mais e precisamos fazer mais e melhor!”, afirmou.
Confira a íntegra do discurso da presidenta na cerimônia de posse:
Tarciano Ricarto
Foto: Luis Macedo/Agência Câmara
