Dilma é ovacionada pelo povo em frente ao Palácio; manifestantes anunciam resistência a governo ilegítimo

Dilma rua GustavoB

Milhares de manifestantes compareceram nesta quinta-feira (12), ao Palácio do Planalto, para manifestar repúdio ao golpe, prestar solidariedade à presidenta afastada Dilma Rousseff e, também, protestar contra o novo presidente ilegítimo do País, Michel Temer (PMDB). Em retribuição ao carinho manifestado por militantes de movimentos sociais e sindicais, partidos políticos de esquerda e de brasileiros inconformados com o golpe, a presidenta Dilma Rousseff – juntamente com o ex-presidente Lula e quase todos os ministros de seu governo – discursou para o povo em frente ao Palácio do Planalto.

A presidenta Dilma disse que se sentia triste pelo momento, mas que “o carinho e a energia transmitida pelo povo diminuíam a tristeza do momento”. Ela afirmou ainda que o afastamento da presidência foi uma grande injustiça.

“A jovem democracia brasileira é vítima de um golpe. E eu chamo esse processo (o impeachment) de golpe porque não há crime de responsabilidade. Não cometi crime algum, estou sendo vítima de uma grande injustiça. Como qualquer ser humano posso ter cometido algum erro, mas não crime”, afirmou Dilma, sob os gritos do povo de “Dilma, guerreira da pátria brasileira”.

A presidenta alertou a população sobre os riscos da ascensão do grupo político golpista de Michel Temer, que tem como aliado “eternos” opositores dos governos do PT.

“O que está em jogo é o respeito à nossa democracia, à nossa Constituição e a todas as conquistas dos últimos 13 anos, como a elevação (da qualidade de vida) dos mais pobres e da classe média, proteção às crianças, jovens nas universidades, lei de cotas, o pré-sal, e o sonho da Casa Própria. Eles vão tentar acabar com essas políticas sociais. Quando dizem que vão rever, focar, adequar, quer dizer que vão reduzir e diminuir até acabar”, observou.

A presidenta disse ainda que o golpe que desrespeitou a vontade soberana das urnas pode resultar em repressão às manifestações populares em todo o País.

“Eu fui fiador da democracia. Meu governo jamais reprimiu movimentos sociais, ou manifestações políticas, mesmo contra mim. Mas agora corremos esse risco, com esse governo ilegítimo, de cair na tentação de reprimir protestos e reivindicações”, avisou.

Solidariedade e resistência- A solidariedade à presidenta Dilma e a condenação ao golpe também foram manifestados pelos gritos “me representa”, e pelas lágrimas de muitas pessoas que não seguraram a emoção durante o pronunciamento da presidenta Dilma.

Para a coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira, Makota Celinha Gonçalves, esse é um momento triste da história do Brasil onde “o golpe estimula os racistas saírem dos armários”.

Segundo ela, durante os 13 anos dos governos do PT, desde Lula, até hoje, temos visto as políticas públicas para o povo negro do nosso país. “E são esses racistas, essa direita e essa elite que não consegue conviver com o diferente, que agora vem derrubar um governo legitimamente eleito pelo povo”, acusou.

Já a Secretária de Cultura da CUT nacional, Annyeli Damião, também lamentou o afastamento da presidenta Dilma, mas afirmou a disposição de luta contra o novo governo ilegítimo de Michel Temer. “Esse é um momento muito duro para a nossa democracia, e representa uma ruptura de nossas instituições democráticas e do Estado Democrático de Direito. A posição da CUT é de rechaçar esse novo governo ilegítimo, que desrespeitou o voto de 54 milhões de brasileiros”, afirmou.

Héber Carvalho

Foto: Gustavo Bezerra

Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também