Dilma e Haddad afirmam que ‘há motivos de sobra’ para STF anular condenações de Lula

A ex-presidenta Dilma Rousseff e o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmaram hoje (27) que sobram motivos para o Supremo Tribunal Federal (STF) anular as sentença proferidas ou encaminhadas pelo ex-juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A opinião de ambos se baseia na Operação Spoofing, da Polícia Federal, que trouxe à tona material apurado por hackers o qual revela a troca de mensagens entre Moro e outros integrantes da Operação Lava Jato, com diálogos que mostram violação da Constituição e das leis para condenar Lula sem provas e tirá-lo da corrida presidencial de 2018. O acesso às mensagens foi garantido à defesa de Lula pelo próprio STF.

Para Dilma, não haverá justiça nem democracia no Brasil enquanto não for anulada e reparada a “brutal perseguição” da Lava Jato contra Lula. Segundo ela, a força-tarefa de Curitiba foi “instrumento fundamental” de ataque à democracia e serviu à “agenda neoliberal” para aniquilar políticas de bem-estar social e promover a destruição de empresas nacionais e a entrega das riquezas do País a grupos estrangeiros.

Direitos políticos de Lula

“Agora o STF tem motivos de sobra para anular os processos contra Lula e devolver-lhe integralmente os diretos políticos”, ressaltou Dilma ao comentar os diálogos apurados pela Operação Spoofing, da Polícia Federal. “O Supremo tem uma grande oportunidade de reescrever sua trajetória de omissão diante dos ataques à democracia e assumir integralmente a condição de corte constitucional, contendo e punindo o maior escândalo judicial da história”, acrescentou.

Dilma participou na tarde deste sábado, com outros políticos, lideranças de movimentos sociais e artistas, do Mutirão Lula Livre. O movimento pressiona para que o Supremo Tribunal Federal julgue habeas corpus que aponta a suspeição de Sérgio Moro.

“A Lava Jato burlou controles, escondeu informações, quebrou hierarquias, agiu clandestinamente, forjou prisões e chantageou presos. Inventou depoimentos, promoveu investigações ilegais até de ministros de tribunais superiores e firmou acordos secretos com agentes estrangeiros”, disse Dilma. “Com isso, arvorou-se em poder paralelo para aumentar o furor punitivista do juiz que a comandava e os interesses golpistas das elites nacional e internacional”, destacou.

Esperança

O ex-ministro Fernando Haddad afirmou que está chegando ao fim o “percurso longo e doído” que foi defender Lula de uma “avalanche” de acusações falsas criadas pela Lava Jato. “Não diria que estou otimista. Mas estou mais esperançoso que, diante de tantas provas de arbítrio da Vara de Curitiba, possa se resgatar a Justiça. E dar um parecer final sobre essa grande armação que foi feita”, afirmou.

Por outro lado, apesar de acompanhar os processos da Lava Jato desde o início, como um dos advogados do ex-presidente, Haddad disse que ficou “surpreso” com o nível das conversas reveladas recentemente. Em especial quando, segundo ele, assumiram que “o sítio e o tríplex não são suficientes para pegar Lula”, anunciando que a guerra jurídica se estenderia também à sua família.

“Olha o nível a que se chegou, de um grupo de pessoas que resolveu praticar uma caçada a um homem. Não importava se ele era inocente ou culpado”, disse Haddad no mutirão. “Acabaram condenando Lula num processo absolutamente absurdo, sem nenhuma plausibilidade de sequer ser recebida a denúncia. Uma coisa sem pé nem cabeça. Usaram esse processo para tirar o presidente Lula das eleições presidenciais de 2018, que todas as pesquisas diziam que ele ganharia. É muito triste perceber a que ponto chegou a elite brasileira.”

Redação PT na Câmara com Rede Brasil Atual

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