A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira, no Congresso, que “o Brasil está preparado para ter uma presidente mulher”. Em sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a ministra destacou que “as mulheres estão preparadas” para ocupar o cargo.
Dilma Rousseff defendeu a luta das mulheres por igualdade e citou as conquistas femininas no governo do presidente Lula . “Temos plena consciência hoje de que não nascemos para sermos discriminadas, mas para termos os mesmos direitos, as mesmas oportunidades, para termos tratamento igual na vida, na sociedade e no mundo do trabalho”, disse.
“O maior avanço que nós tivemos é o aumento da nossa consciência, a clareza que temos e que vai mover sempre as nossas lutas. É necessário modificar o mundo e lutar contra a discriminação. Essa é a luta que nos move”, acrescentou.
Dilma afirmou ainda que o governo Lula está melhorarando a vida da população feminina. Citou a criação da Secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres e destacou que é a mulher quem recebe o benefício do Bolsa-Família, além de receber preferencialmente a titularidade do programa Minha Casa Minha Vida.
“Também o programa Luz para Todos beneficia a mulher. Permitiu o acesso à geladeira, à máquina de lavar, à máquina de costura. Com mais crédito e menos juros cada vez mais mulheres puderam comprar uma lava-roupas, um aspirador de pó.
Além disso, a grande maioria das ações do programa da saúde está direcionada para a mulher: temos hoje exames pré-natal e exames preventivos contra o câncer, além de multiplicarmos por três o número de hospitais que atendem casos de violência doméstica”, afirmou a ministra.
Maria da Penha – Contra a violência, Dilma afirmou que o governo vem demonstrando sistematicamente repúdio à violência contra a mulher. “Essa é uma luta implacável. Aprovamos a lei Maria da Penha e o governo Lula não vai retroceder na defesa dessa lei”, disse.
Em seu discurso, a ministra também citou os problemas enfrentados pelas mulheres. “Somos a maioria da população e recebemos 2/3 do salário do homem. E a mulher negra tem renda de 1/3 da renda do homem branco. Não podemos permitir formas perversas de discriminação. No momento em que o Brasil passa por mudanças e que vai gerar mais oportunidades, vamos lutar para que essas oportunidades não signifiquem redução salarial”, disse.
Dilma Rousseff defendeu ainda o aumento da participação feminina na política. “Não é possível termos apenas 9% de mulheres no congresso. Temos de aumentar a participação da mulher. Nossa participação política tem de corresponder ao papel que representamos na sociedade”, disse.
Votação – A deputada Ângela Portela (PT-RR) reforçou nesta terça a disposição da bancada feminina de articular a inclusão na pauta do plenário de três propostas que dizem respeito às mulheres: a PEC 30/07, que amplia para 180 dias a licença-maternidade, a PEC 590/06, que garante representação proporcional entre homens e mulheres na composição da Mesa Diretora e das comissões da Câmara e do Senado. A bancada feminina também defende a aprovação do PL 6653/09, que garante a igualdade salarial entre mulheres e homens e coibe práticas discriminatórias nas relações de trabalho.
“Estamos pressionando para que os líderes partidários incluam na pauta, nesta semana das mulheres, as propostas que são do interesse das mulheres brasileiras. São propostas importantes cuja votação não deve ficar para o segundo semestre”, disse Ângela Portela.
Na avaliação da deputada Fátima Bezerra (PT-RN), uma das formas do Parlamento tomar uma atitude concreta em favor das mulheres é aprovar esses projetos. “É importante não ficar só no discurso, mas tomar a iniciativa e aprovar a legislação para promover os direitos das mulheres. A fala do ministra Dilma é contemporânea e verdadeira. Realizamos grandes avanços, mas é inaceitável que persista ainda formas de preconceito e discriminação contra as mulheres”, afirmou.
Gabriela Mascarenhas
