Dilma apoia declaração conjunta do Mercosul de repúdio a espionagem dos EUA

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Ao chegar a Montevidéu na noite de ontem  (11), para participar de reunião de cúpula do Mercosul, a presidente Dilma Rousseff afirmou que “qualquer país que se considere democrático” deve repudiar programas de espionagem como os desenvolvidos pelos Estados Unidos. “É uma posição correta do bloco repudiar qualquer ação de espionagem que contrarie os direitos humanos, o direito de privacidade e a soberania dos países. É algo que merece o repúdio de qualquer país que se considere democrático”, afirmou.
 
Na reunião de cúpula do Mercosul, hoje, os presidentes do bloco devem divulgar uma declaração de repúdio às ações de espionagem dos EUA realizadas na região, conforme documento vazados por Edward  Snowden,  ex-prestador de serviços da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês).  Outro ponto que deve ser abordado na reunião é o direito de a região conceder asilo ao norte-americano. 
 
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou a negociação dos países da América Latina para a adoção de uma posição conjunta de repúdio ao esquema de espionagem norte-americano. Na quarta (10), os governos da Colômbia, do México, Chile, Equador e da Argentina condenaram o monitoramento externo e cobraram explicações dos Estados Unidos.
 
A presidenta começa o dia com um café da manhã com os demais líderes, depois há uma série de reuniões da cúpula e a previsão é que o encerramento ocorra por volta das 15h. Dilma está acompanhada pelos ministros Antonio Patriota, Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Helena Chagas (Comunicação Social).
 
Durante as reuniões de hoje, os presidentes conversarão também sobre o processo de adesão da Bolívia e do Equador, além da Guiana e do Suriname como membros associados. Os processos envolvendo a Bolívia, a Guiana e o Suriname estão em estágio avançado. O Mercosul é formado por Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
 
Um dos motivos de a  América Latina envolver-se no caso deve-se ao fato de três governos da região -Venezuela, Bolívia e Nicarágua – terem oferecido asilo a Snowden. Snowden está refugiado há semanas na ala de trânsito do aeroporto internacional de Moscou, num limbo jurídico. Os EUA querem que ele seja entregue para responder por supostos crimes contra a segurança nacional, e alertam que qualquer nação que lhe conceder asilo sofrerá consequências.
 
“Acreditamos que a comunidade internacional deve exigir o direito de todos os cidadãos do mundo a solicitarem asilo: diplomático, político, humanitário, como vocês quiserem chamá-lo”, disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua.  “A Venezuela irá exercer seu direito sob a lei internacional, independentemente de ameaças, independentemente de retaliações, independentemente de consequências.”
 
Os líderes da região também estão irritados com as novas revelações de que a espionagem dos EUA na Internet atingiu também países latino-americanos, especialmente Colômbia, Venezuela, Brasil e México.  A Colômbia, principal aliada dos EUA na América Latina, se somou ao coro de governos que exigem explicações depois da revelação dessas atividades clandestinas na região, feita na terça-feira pela imprensa brasileira.
 
Além disso, na semana passada governantes latino-americanos saíram em defesa do colega boliviano, Evo Morales, cujo avião foi barrado no espaço aéreo de vários países europeus por causa da suspeita de que ele estivesse transportando Snowden.  Em uma reunião na semana passada, presidentes sul-americanos denunciaram o incidente como sendo uma atitude “neocolonialista” por parte da Europa e dos EUA.
 
“Essas são questões que irão mostrar a unidade do Mercosul”, disse o chanceler argentino, Hector Timerman, antes de embarcar para Montevidéu.  
 
Equipe PT na Câmara, com agências 
Foto: Roberto Stuckert Filho
 

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