O governo federal vai reforçar a parceria com estados e municípios no combate ao crime organizado. O anúncio foi feito pela presidenta Dilma Rousseff, ao falar sobre o Plano Estratégico de Fronteiras, durante o programa “Café com a Presidenta”, na manhã desta segunda-feira (3), transmitido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
Dilma lembrou que embora a segurança pública seja uma responsabilidade prevista na Constituição para os estados, “o governo federal não pode se omitir”. Ela informou que cada estado vai receber um scanner móvel e os estados da fronteira vão receber dois desses scanners. Esses modernos aparelhos vão melhorar a fiscalização das estradas estaduais pelas polícias civis e militares. Além disso, o governo federal vai repassar R$ 30 milhões para os estados fronteiriços instalarem câmeras de vigilância.
A presidenta também falou sobre a Operação Ágata 7, que cobre os quase 17 mil quilômetros de fronteiras, para impedir a entrada de armas e de drogas no Brasil. Nos primeiros dias da operação foram vistoriados 184 mil veículos e 12 mil embarcações levando à apreensão de mais de seis toneladas de drogas e 8 mil quilos de explosivos.
Outra operação citada pela presidenta foi a “Operação Sentinela”. Essa operação é permanente e é feita rotineiramente em 31 pontos da fronteira, identificados pelos serviços de inteligência nacional.
Dilma também destacou a parceria com os países vizinhos. “A Colômbia e o Peru, por exemplo, estão fazendo grandes operações contra o crime organizado simultaneamente à Ágata 7”, ressaltou. A presidenta reafirmou a necessidade dos países trabalharem cada vez mais juntos.
“Protegendo as nossas fronteiras, nós ajudamos a aumentar a segurança da nossa própria população e a dos grandes eventos que se aproximam”, afirmou Dilma, citando a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude Católica, e a visita do Papa Francisco, eventos que acontecem ainda esse ano.
O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, observou que “não há como fazer o controle de fronteiras sem a cooperação dos países vizinhos”, disse. Segundo Pellegrino, é preciso buscar um sistema de vigilância comum. “É cooperando com os vizinhos que a gente vai poder melhorar a vigilância de nossas fronteiras”, afirmou.
Nesse sentido, segundo o deputado, muitos acordos de cooperação já estão ocorrendo. “Isso é fundamental para a defesa da nossa integridade territorial, das nossas riquezas e o combate aos delitos que não se limitam à questão das drogas, tem também a preservação da floresta e dos recursos naturais”, analisou Pellegrino.
Jonas Tolocka