A presidenta Dilma Rousseff anunciou no sábado (25), em Adis Abeba, na Etiópia, durante entrevista coletiva, o perdão ou renegociação da dívida que 12 países africanos têm com o Brasil. O total da dívida perdoada ou renegociada é de quase US$ 900 milhões e beneficiará os seguintes países: República do Congo, Costa do Marfim, Tanzânia, Gabão, Senegal, República da Guiné, Mauritânia, Zâmbia, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo, Sudão e Guiné Bissau.
“São nove países que nós já concluímos. Nós já negociamos com eles, já foi aprovado pela Fazenda e nós encaminhamos para o Senado. Faltam três, ainda não se completou a negociação. O sentido dessa negociação é o seguinte: se eu não conseguir estabelecer negociação, eu não consigo ter relações com eles, tanto do ponto de vista de investimento, de financiar empresas brasileiras nos países africanos e também relações comerciais que envolvam maior valor agregado. Então o sentido é uma mão dupla: beneficia o país africano e beneficia o Brasil”, afirmou a presidenta.
Na Câmara, a deputada Benedita da Silva (PT-BA) ressaltou o “exemplo para o mundo” dado pelo Brasil. “Esse é um grande presente para a África, é uma demonstração de que temos os países africanos como parceiros. E esse gesto é um grande gesto e esperamos que outros países também cooperem com a África”, disse a parlamentar, logo após sessão solene de homenagem ao Dia da África, celebrado internacionalmente a 25 de maio.
Já o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) lembrou que a redução das dívidas dos países pode contribuir com o seu desenvolvimento. “Integração se faz melhor entre iguais. Temos interesse em propiciar o desenvolvimento dos países africanos e a dívida externa de países pobres tem sido um empecilho no seu desenvolvimento, inclusive o Brasil sofreu bastante com isso antes do governo do ex-presidente Lula. Portanto, a decisão da presidenta Dilma está corretíssima”, afirmou Teixeira.
Rogério Tomaz Jr. com Blog do Planalto