A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista coletiva à imprensa, nesta sexta-feira (4), que não vai renunciar ao cargo e que não há base para que sofra um impeachment. “Essa história de resignação não é comigo não”, disse a presidenta. “Não há nenhuma base para qualquer ato contra a minha pessoa. Eu não estou resignada diante de nada. Acredito que é por isso que represento o povo brasileiro”.
Nesta semana, o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves – citado cinco vezes em delações da Operação Lava- Jato, sugeriu a renúncia da presidente como saída para as crises política e econômica. Em resposta hoje, a presidenta Dilma foi contundente: “Aqueles que querem a renúncia deviam proceder com a Constituição”. E continuou, “portanto, por interesses políticos de quem quer que seja, por definições de quem quer que seja, eu não sairei desse cargo sem que haja motivo para tal”.
A presidenta Dilma ainda acrescentou que não é “absolutamente correto por parte de nenhum líder da oposição pedir a renúncia de um cargo de presidente legitimamente eleito pelo povo, sem dar elementos comprovatórios de que eu tenha, de alguma forma, ferido qualquer inciso da Constituição”, alfinetou.
Questionada por repórteres se ela estaria “resignada” diante de um eventual afastamento da Presidência, Dilma lembrou que não é do seu perfil estar resignada frente a dificuldades da vida e que já foi presa e torturada pelas suas convicções. “Eu não estou resignada diante de nada. Não tenho esta postura diante da vida”. “Tem dó, esta história de resignação não é comigo, não”, complementou.
Lula – Indagada também sobre a atitude intempestiva dos procuradores do Ministério Público de São Paulo, que pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula, Dilma afirmou que não existe base nenhuma para esse pedido. “É um ato que ultrapassa o bom senso, é um ato de injustiça, é impossível que um país como o nosso assista (a isso) calmamente”, disse Dilma.
A presidenta ressaltou ainda que seu governo repudia em “gênero, número e grau” a iniciativa dos promotores de Justiça de pedir a prisão do ex-presidente.
Questionada sobre a nomeação de Lula para ministro do governo, ela afirmou que não discute como forma o ministério, mas enfatizou que “teria grande orgulho” de tê-lo entre seus ministros, “porque ele é uma pessoa com experiência, com grande capacidade de formulação de políticas – e estou dizendo da capacidade gerencial do presidente Lula – e por isso posso garantir que teria orgulho de tê-lo no meu governo”, declarou.
Vânia Rodrigues, com agências
Foto: Lula Marques
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