A presidenta Dilma Rousseff adiou a visita de Estado que faria a Washington, Estados Unidos, em outubro. O anúncio foi feito pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em nota oficial divulgada nesta terça-feira (17). A decisão foi motivada pelas denúncias de que a agência de segurança norte-americana (NSA) espionou a presidenta, seus assessores, a Petrobras e cidadãos brasileiros.
De acordo com a nota oficial, “as práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos ”.
Diz ainda o texto que “na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada”.
Na avaliação do líder da Bancada do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), a presidenta Dilma agiu de forma corretíssima ao adiar a viagem. “Não é aceitável esse tipo de prática. A presidenta Dilma está certíssima em cancelar a visita de Estado. E mais, devemos exigir a retratação dos Estados Unidos. Acredito que o nosso governo saberá buscar o que é melhor para o País através da via diplomática”, afirmou.
A secretária de Relações Internacionais do PT, deputada Iriny Lopes (ES) avaliou que a presidenta Dilma optou por um caminho que mantém a dignidade do povo brasileiro que ela representa. “Como os Estados Unidos não tomou uma medida de retratação, a decisão da presidenta é um gesto de afirmação da nossa soberania e ela está correta”, enfatizou.
Para o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, as razões para adiar a visita de Estado aos EUA são justificáveis. “O governo norte-americano não deu as respostas aceitáveis sobre as denúncias de espionagem. Então, é acertado o gesto político da presidenta em defesa da soberania nacional”. Pellegrino também acredita que esse adiamento não irá afetar as relações bilaterais entre os dois países.
O presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), deputado Newton Lima (PT-SP), também elogiou a postura da presidenta Dilma. “O adiamento foi correto uma vez que até este momento o governo brasileiro não recebeu nenhuma resposta convincente dos Estados Unidos sobre as denúncias de espionagem”, afirmou.
Para o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que também integra o Parlasul, Barack Obama e os Estados Unidos devem explicações ao Brasil e ao povo brasileiro. “Foi correto não aceitar o convite. E mais, Obama deve pedir desculpas”, frisou.
Na opinião do deputado Weliton Prado (PT-MG), o adiamento foi acertadíssimo, “diante dessa prática de espionagem que revoltou toda a população brasileira e que não podemos aceitar de maneira nenhuma”. Para o petista, a presidenta Dilma dá o recado de que “o Brasil deve ser respeitado e aguarda uma retratação dos Estados Unidos”.
O deputado Fernando Marroni (PT-RS) avaliou que a atitude da presidenta Dilma protege a soberania nacional “porque não é possível uma relação com um país dito amigo ser tratado como fomos pelo aparato de espionagem dos Estados Unidos”. Ele acrescentou que a presidenta confirmou mais uma vez que “não fala grosso com nossos vizinhos da América Latina, mas não afina com os norte-americanos”.
Vânia Rodrigues e Rogério Tomaz Jr.