Dieese: 80% dos salários subiram mais que a inflação em 2009

emilia_vicentinhoA política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo Lula não beneficia apenas os que recebem o modesto piso nacional (que são milhões). Também teve impacto positivo nas negociações salariais de categorias que recebem salários superiores ao mínimo.

A constatação é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que divulgou nesta semana o balanço das negociações salariais de 2009. A pesquisa revelou que, mesmo com a crise econômica internacional, 80% das categorias afetadas obtiveram aumento real de salário, conquistando reajuste acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), apurado pelo IBGE.

O Dieese constatou ainda que, apesar da desaceleração de 0,2% registrada na economia em 2009, os contratos dos trabalhadores do setor de serviços com ganho real avançaram 11,1 pontos percentuais em relação ao ano anterior. A pesquisa abrange 692 negociações realizadas nas diferentes regiões e em todos os setores da economia (indústria, comércio e serviços), com exceção da agropecuária.

Na avaliação do vice-presidente da Comissão de Trabalho da Câmara, do deputado Vicentinho (PT-SP), a pesquisa do Dieese revela a tranquilidade do mercado de trabalho e a confiança que a classe empresarial tem nas políticas econômicas do Governo Lula. “O resultado é excepcional, e mostra que na nossa economia é sólida e continua em pleno desenvolvimento. E o mais importante, os trabalhadores estão sendo valorizados por parte dos empresários”, afirmou. Vicentinho destacou ainda que gerar emprego e garantir bons salários é “um desafio e uma bandeira do nosso governo”.

Para a deputada Emília Fernandes (PT-RS), também da Comissão de Trabalho, a inciativa privada superou bem o período da crise financeira internacional, sustentada pela política adotada pelo Governo Lula. “Por isso é possível manter o curso do desenvolvimento econômico com recuperação salarial e valorização dos trabalhadores”. Ela enfatiza que, foi muito positivo o ganho real da massa trabalhadora ter avançado 11,1 pontos, mesmo com uma desaceleração de 0,2% da economia no ano passado. “O nosso mercado de trabalho está vivendo uma fase muito boa, com ganho real na iniciativa privada para a maioria das categorias e com um salário mínimo que já chegou a US$ 200”, acrescentou Emília, lembrando que a meta do governo Lula era subir o mínimo para U$ 100.

Ganho real – Do restante, 13% das categorias conseguiram repor a inflação, e 7% encerraram o ano com perdas, pois não zeraram a inflação, tendo reajustes abaixo dela. Esse foi o terceiro ano, desde 1996, em que o percentual de resultados com ganho real atingiu 80% das categorias. Em 2006, foram 86% do total, e em 2007, 88% – período em que a economia estava a pleno vapor, em que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 6,1%.

Para José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese, este é um resultado bastante positivo. “Ainda mais tendo em vista os efeitos da crise durante boa parte de 2009. Se com o PIB encerrando o ano com variação negativa de 0,2% e a geração de 1 milhão de empregos, conseguimos aumentar 80% dos salários, a expectativa é que a tendência de reajustes se mantenha em 2010”, afirmou.

Salário Mínimo – Segundo os dados do Dieese, o aumento salário-mínimo de R$ 465 para R$ 510 também contribuiu para elevar os que são menores remunerados. E acabou provocando efeito cascata sobre as faixas salariais próximas do novo salário- mínimo.

Com a perspectiva de que o PIB aumente 6% neste ano com a retomada da economia e a expansão do emprego – o Ministério do Trabalho calcula que serão gerados 2 milhões de postos de trabalho neste ano – Silvestre espera que pelo menos os percentuais de conquista de aumento real e de reposição da inflação supere os 93%.

Vânia Rodrigues, com Agências

 

 

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