Dia de Luta, resistência e unidade contra a Reforma Trabalhista 

Após um dia de intenso embate e resistência no plenário, a Bancada do PT na Câmara se manteve firme na luta para barrar o objetivo golpista da base do governo de “tratorar” e votar sem discussão a Reforma Trabalhista. O relatório do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) rasga 85 anos de história da Carteira de Trabalho – completados no último dia 21 de março – e aniquila quase integralmente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que completará na próxima segunda-feira – 1º de Maio – 74 anos de existência.

A maldade do governo golpista de Michel Temer contra os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras reforça a necessidade de forte resistência na próxima sexta-feira (dia da greve geral) e na próxima segunda-feira (Dia do Trabalhador). O relatório posto em votação altera mais de 100 artigos da CLT e revoga outros 17, pondo fim a vários anos de conquistas inauguradas pelo ex-presidente Getúlio Vargas nas décadas de 1930 e de 1940. O texto principal foi aprovado por 296 a 177 votos.

Em uma intervenção histórica, o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), chamou cada deputado e deputada ao microfone, onde discursava, e citou um a um com a respectiva declaração de voto contrária à reforma. “Vamos entrar num período de votação desse projeto criminoso que retira direitos dos trabalhadores. Por conta disso, a nossa Bancada do PT vai votar integralmente contra esse projeto. Quero chamar os deputados para fazerem aqui a sua declaração de voto”, conclamou o líder.

Em uma sessão marcada por várias manifestações em defesa dos trabalhadores e da CLT, parlamentares petistas combateram de forma veemente as declarações da base golpista de que a reforma não retira direitos e promove o emprego. “Nunca vi um relatório tão audacioso, tão prepotente e tão maior que o próprio rei. Parece que o relator foi lá nas catacumbas para pegar todos os projetos que estavam engavetados com objetivo de atender somente os direitos dos patrões”, criticou o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE).

A comprovação mais contundente de que a Câmara se ajoelhou diante dos patrões foi divulgada pelo deputado Zarattini. Ele mostrou que, das 850 emendas apresentadas ao relatório, 292 delas – de autoria de 82 deputados – foram integralmente redigidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – todas entidades patronais.

“Ou seja, 82 deputados não tiveram condições sequer de redigitar as emendas que apresentaram. Apenas pegaram os arquivos que vieram das empresas e assinaram como emendas suas. Ora, temos deputados aqui acusados na Lava Jato de ter vendido emendas. Cuidado! Os senhores estão servindo a seus patrões de forma despudorada.

Esse relatório é o relatório da CNI, das entidades patronais, não serve aos trabalhadores. Quem fez esse projeto foram os patrões que querem explorar os trabalhadores brasileiros”, protestou Carlos Zarattini.

Tarciano Ricarto

 

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