Durante entrevista nesta quinta-feira (27), o líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) condenou a ofensiva do patronato para a aprovação, na madrugada de ontem, da proposta da Reforma Trabalhista (PL 6787/16) do governo ilegítimo de Michel Temer. Observou o líder petista que grande parte das emendas acatadas pelo relator tucano, Rogério Marinho (RN), foram escritas pelas organizações sindicais patronais.
“Boa parte das emendas contidas no relatório foi escrita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. Então, esse relatório aprovado ontem tem a impressão digital do sistema patronal contra os trabalhadores”, denunciou Zarattini, se referindo ao fato de que 292 emendas de autoria de 82 deputados foram integralmente redigidas por essas entidades.
Frisou Zarattini que, ao se ajoelhar diante dos patrões, a Câmara vai permitir uma verdadeira “anarquia” nas relações de trabalho. “Então, nós vamos viver no Brasil uma situação muito difícil nos próximos anos se esse projeto for aprovado no Senado”, anunciou.
Chantagem – O líder do PT denunciou a pressão e a chantagem que o governo golpista vem fazendo sobre os parlamentares. “Sabemos que já listaram os deputados que votaram contra para tentar pressioná-los, inclusive, com ameaça de retirada de cargos. Ao mesmo tempo, estão distribuindo benesses em forma de emendas, de verbas para os redutos eleitorais que possam trazer esses deputados para o campo do governo”, alertou Zarattini.
Greve – Por outro lado, Carlos Zarattini disse também que o governo ilegítimo de Temer vai enfrentar uma contraofensiva nesta sexta-feira com a greve geral organizada pelos movimentos sociais e sindicais. Acredita o deputado que a mobilização dos trabalhadores será ampla e atingirá a maioria dos setores, em muitas cidades brasileiras.
“Então, de um lado o deputado vai ter a pressão do governo, um governo cada vez mais ilegítimo, que não tem apoio de mais do que 4% da população. Do outro lado estará o povo brasileiro se manifestando fortemente contra todas essas medidas que retiram seus direitos”, salientou Carlos Zarattini.
Benildes Rodrigues