Foto: Gustavo Bezerra
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) acusou o PSDB e o candidato derrotado do partido à presidência senador Aécio Neves (MG) de agirem no Congresso “sob o efeito do desespero por terem perdido as eleições”. Da tribuna da Câmara, o parlamentar disse que as acusações infundadas e seletivas promovidas por eles contra o PT (e apoiadas por parte da mídia) caracterizam uma “tentativa de golpe contra o governo da presidenta Dilma”.
“Na verdade, tenta-se com isso criar um ambiente de desconfiança para fomentar essa visão golpista de não aceitar o resultado eleitoral do dia 26, da nossa eleição do segundo turno, que elegeu a presidenta Dilma Rousseff. Nós sabemos, evidentemente, que perder não é bom. O importante é que as pessoas saibam que quando entram num jogo ou ganham ou perdem”, afirmou Ferro.
A indignação do parlamentar refere-se a acusações da oposição, baseadas em informações distorcidas da imprensa, de que um executivo indiciado no escândalo da Operação Lava Jato teria dito em depoimento a Polícia Federal que recursos provenientes de propina foram depositados na conta do Partido dos Trabalhadores. Para Fernando Ferro essa acusação é “seletiva e irresponsável, porque todas as doações feitas ao partido foram legais e informadas à justiça eleitoral”, conforme determina a legislação.
“Em primeiro lugar, todas as doações feitas ao PT foram feitas na conta do partido de maneira legal, perfeitamente auditável e acompanhada (pela justiça eleitoral), como é feito com outros partidos. Todos sabem que empresários contribuíram para a campanha de todos os partidos: do PT, do PMDB, do PSDB, do PSB, de todos que estão participando desta Casa. Agora, querer transformar isso numa acusação tem o objetivo claro de se somar a essa tentativa de uma espécie de terceiro turno da campanha”, argumentou Ferro.
O deputado disse ainda que a tentativa de golpe ficou evidente a partir de afirmações feitas pelo candidato derrotado Aécio Neves, durante sessão do Congresso nesta semana, e também por líderes do PSDB no Senado e na Câmara, insinuando a possibilidade de impeachment da presidenta Dilma. Na opinião de Ferro, tal atitude pode ser explicada pela perda de perspectiva de poder no âmbito federal e também em Minas Gerais.
“Afinal, ele [Aécio] foi derrotado não só no Brasil, mas, particularmente, no seu Estado, Minas Gerais, que o derrotou duas vezes. Eu compreendo esse desespero e essa angústia de alguém que governou o Estado e foi derrotado. É uma afirmação clara de que ele não foi um bom governador e, portanto, foi julgado pelo povo mineiro nessa condição e derrotado”, concluiu o petista.
Héber Carvalho