A taxa de desemprego no Brasil recuou de 11,20% para 10,5% no trimestre encerrado em abril, mas ainda atinge 11,3 milhões de trabalhadores, os salários são menores e milhões foram contratados pela iniciativa privada sem carteira assinada, portanto, sem direito a férias, 13º e outros benefícios garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para completar o quadro, quase 39 milhões de trabalhadores estão na informalidade, o que contribui para a queda da taxa, mas não para melhorar de vida.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados nesta terça-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Confira os números:
Rendimento cai quase 8%
O rendimento real habitual dos trabalhadores caiu 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado e ficou em R$ 2.569. Segundo o IBGE, ficou estável em relação trimestre anterior.
Recorde dos sem carteira
O número de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira assinada no setor privado atingiu a marca de 12,5 milhões, o maior da série história do IBGE iniciada em 2012. Só este ano, aumentou em 20,8% (2,2 milhões) o total de trabalhadores sem carteira.
Informalidade
A taxa de informalidade recuou para 40,1% da população ocupada (96,5 milhões de pessoas), contra 40,4% no trimestre anterior, mas ainda ficou acima da registrada no mesmo período do ano passado (39,3%). 38,7 milhões de trabalhadores brasileiros são informais.
Tralhadores por conta própria
O número de trabalhadores por conta própria (25,5 milhões de pessoas) manteve-se estável frente aos 3 meses anteriores, mas subiu 7,2% (mais 1,7 milhão de pessoas) em 1 ano.
Trabalhadores com carteira
O total de trabalhadores com carteira de trabalho assinada somaram 35,2 milhões, subindo 2% (mais 690 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 11,6% (mais 3,7 milhões) na comparação anual. Segundo o IBGE, é o maior contingente com carteira desde o trimestre encerrado em abril de 2016.
Outros números:
- população fora da força de trabalho (64,9 milhões de pessoas) manteve-se estável em 3 meses e caiu 5,3% (menos 3,6 milhões de pessoas) na comparação anual;
- população subutilizada foi estimada em 26,1 milhões de pessoas, queda de 6% (menos 1,7 milhões) frente ao trimestre anterior;
- número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas somou 6,6 milhões de pessoas, um recuo de 5,3% (menos 369 mil pessoas) em 3 meses;
- número de brasileiros em desalento (pessoas que desistiram de procurar trabalho) somou 4,5 milhões, queda de 6,4% em relação ao trimestre anterior.
Mais informações no site do IBGE.
Do site da CUT