Desemprego acima de tudo, Bolsonaro arrebenta com todos. O país sofre na mão do Planalto

Presidente mantém uma política de destruição do mundo do trabalho, na contramão de outras nações do planeta. O descalabro do seu governo acumula perdas de postos de emprego acima da média de outras nações que sofreram com o Covid-19. Paulo Guedes conseguiu a proeza de produzir em dois anos mais de 15 milhões de desempregados, mostrando compromisso apenas com os ricos. Enquanto isso, a desigualdade avança e o Brasil ganha posições entre as nações mais desiguais do mundo, perdendo apenas para Botswana.

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu uma nova proeza, não obtida em dois anos por outras nações do mundo: a destruição do mundo do trabalho como marca central do seu governo. Desde que sentou na cadeira do Palácio do Planalto, em janeiro de 2019, o líder da extrema-direita conseguiu colocar para fora do mercado de trabalho mais de 15 milhões de trabalhadores.

Nesta quinta-feira, 12 de novembro, um levantamento da Fundação Getúlio Vargas revela que o país terá desemprego maior do que a média das nações mais afetadas pela pandemia da Covid-19. Numa previsão otimista, a FGV avalia que o Brasil deve fechar 2020 com uma média de desemprego acima de 13,3% – uma taxa otimista, tendo em vista que, em setembro, a taxa de desocupação ultrapassou 14,4%.

A situação de descontrole e perdas de emprego no mercado de trabalho se agravou este ano, para além da crise social provocada pela pandemia. O Brasil terá desemprego acima da média em 2020 na comparação com os outros países campeões de Covid. O país também deve fechar este ano com mais dívidas e desocupação maior, aponta estudo da FGV. O levantamento considerou países que fizeram uma ‘gestão errática’ da pandemia, como os Estados Unidos, de Donald Trump, e o Reino Unido, de Boris Johnson. A média das 10 nações mais afetadas pela pandemia é de desemprego de 9,6%, sendo que a perda de empregos no Brasil só não é maior que a média da Espanha: 16,8%.

Presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) diz que o povo brasileiro está sendo massacrado pela perda de renda e o aumento dos preços dos alimentos. “A combinação do aumento de preços da comida com o desemprego recorde no país, além do corte do auxílio emergencial, é bombástica”, critica.

 

Site do PT

Ela aponta que o PT o país precisa retomar uma trilha de desenvolvimento com Justiça Social e prevê que o Brasil terá momentos difíceis a partir de janeiro, quando o governo vai suspender o pagamento do auxílio emergencial de R$ 300. “A crise tende a se agravar e o país precisa de saídas para a redução dos efeitos dessa crise que tende a se agravar, mesmo sem uma segunda onda da pandemia”, avalia.

A crise social agravada no Brasil pela omissão de Bolsonaro e Guedes é expressa em números que mostram o tamanho da tragédia vivida pela maioria do povo brasileiro. A queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro projetada para 2020 é de 5,8% – uma estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), que pode até ser considerada modesta. Mas o pior é que, para além do desemprego, o país ainda assistiu à piora dos indicadores sociais, com o aumento da desigualdade.

Desigualdade crescente

Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a desigualdade brasileira continua a ocupar os primeiros lugares no ranking mundial. O país é o nono mais desigual do mundo, de acordo com dados compilados pelo Banco Mundial. O Brasil está pior inclusive que Botsuana, no continente africano. Na ponta mais extrema, o país mais desigual no mundo é a África do Sul e a Bélgica é o mais igualitário. 

O Índice de Gini, que mede a concentração de rendimentos e distribuição, ficou em 0,543 em 2019. Em 2015, no primeiro ano do segundo governo de Dilma Rousseff, antes portanto do seu impeachment promovido pelo Congresso Nacional, o índice era de 0,523. É preciso entender que, pela metodologia, quanto mais perto de 1, pior a distribuição de renda da nação. Depois da saída do PT do governo, a desigualdade cresceu com Michel Temer e foi aprofundada por Bolsonaro e Guedes.

Não bastasse isso, o Brasil deve assistir ao crescimento de sua dívida bruta chegar a 101,4% do PIB. A comparação é dura para o Brasil de Paulo Guedes, que lança promessas evasivas de conter de que pretende reduzir o endividamento do país, mesmo depois de promover cortes brutais no orçamento e restringir despesas na área social. O descalabro é evidente. Enquanto a estimativa da dívida pública média dos 10 países com mais mortes por Covid-19 é de 85,8% do PIB, segundo critérios do FMI, o Brasil vai superar100%. Atrás de EUA, que lideram a lista com índice de 131%, seguidos de Espanha (123%), Bélgica (117,7%) e Reino Unido (108%).

Reprodução

A situação é grave, mas por muito menos, o país viveu um Golpe de Estado com a justificativa de que havia um descontrole nas contas públicas – o escândalo fantasioso das “pedaladas fiscais” que foram usadas como justificativa para tirar um chefe de Estado do governo, mesmo sem crime de responsabilidade. No último ano de Dilma Rousseff no cargo de presidenta da República, em 2015, a relação dívida PIB era muito menor. Naquele momento, antes do então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitar o pedido de impeachment, a dívida bruta do país era de 66,2% do PIB.

De lá para cá, a crise econômica e social só fez piorar – apesar da cantilena de golpistas e da mídia de que bastava tirar Dilma do governo que os investimentos regressariam e o país retomaria a “normalidade”. De fato, o dólar disparou para além de R$ 6, a dívida pública explodiu para além de 100% do PIB e a desigualdade continua a aumentar, enquanto o desemprego supera 15 milhões de trabalhadores e 40 milhões de brasileiros estão vivendo na informalidade. No Brasil de Bolsonaro, só quem está bem são os ricos – mais ricos do que nunca.

Redação da Agência PT, com dados da Agência Estado

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