Desafio do PT é resgatar a esperança do povo brasileiro

Sob gritos de “Fora Temer” e “Diretas Já”, centenas de militantes, de parlamentares e de convidados participaram na noite de quinta-feira (1º) da abertura do 6º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, que contou com as presenças do ex-presidente Lula e da presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff. O evento, que acontece até sábado, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, tem o desafio de mostrar para o Brasil – segundo destacou Lula – um projeto de País que resgate a esperança do povo brasileiro.

“Nesse congresso, companheiros e companheiras, peço a vocês – que irão discutir textos, teses, fazer críticas e autocríticas – que ao discursarem amanhã (hoje) não falem para vocês. Falem para os milhões de brasileiros que não estão aqui e que precisam que o PT tome as decisões corretas para despertar a esperança nesse povo”, discursou Lula. Depois de reforçar que a esperança e que o sonho são os ingredientes que movem a vida, Lula disse que é preciso saber falar ao coração do brasileiro, que espera do partido uma atitude capaz de fazer o País retomar o rumo democrático e o caminho de novas conquistas.

Lula falou de todo o processo histórico que se arrastou durante séculos com as elites no poder e ressaltou o que o PT fez para quebrar esse ciclo, gerando tanto ódio e perseguição ao partido e aos artífices dessas mudanças. “Essa gente, que historicamente mandou nesse País, nunca imaginou que fôssemos capazes de criar um partido encrenqueiro, brigão e realizador como o osso partido”, afirmou Lula. Lembrou ainda que a fonte de tanto descontentamento por parte das elites é o fato de o PT haver protagonizado uma das maiores e melhores experiências de inclusão social em todo o mundo.

“Eles não contavam com o povo na política, não contavam que o povo poderia ser sujeito da história. O povo não aceita mais apenas ser dirigido, mas quer dirigir, não quer apenas votar, mas ser votado. Isso passa a ser insuportável num País que foi colonizado e ainda hoje tem uma elite perversa com complexo de vira-latas, que não admite e não suporta a ascensão do povo que nunca teve privilégios”, disse Lula.

A presidenta Dilma Rousseff – que iniciou seu discurso prestando uma homenagem a todas as mulheres e em especial à Marisa Letícia Lula da Silva, que é a grande homenageada do congresso do PT – destrinchou todas as facetas do golpe em curso no Brasil. Detalhou que ao lhe retirar da Presidência, os golpistas tinham o objetivo maior de por em prática um projeto derrotado quatro vezes seguidas nas urnas, que jamais sairia vencedor por vias democráticas.

Dilma destacou que a razão do golpe é enquadrar o Brasil em todas as suas relações, a partir de uma visão neoliberal, nos aspectos econômicos, políticos, sociais e geopolíticos. Esse pensamento, segundo Dilma, justifica todas as mudanças que estão sendo implementadas sob o viés de reformas pelo atual governo ilegítimo.

“Mudam a legislação trabalhista, mudando o entendimento de que o Estado brasileiro tem que estar do lado do trabalhador na relação entre patrão e trabalhador. É uma mudança de modelo, de concepção, não é uma reforma. É uma mudança de concepção que quer entregar o trabalhador e a trabalhadora a caprichos e interesses de qualquer empregador. Não que todo empregador tenha características negativas, mas nessa relação o Estado tem que ser o mediador”, defendeu.

A presidenta destacou que existe hoje um esgarçamento das instituições e da ordem democrática, justamente por ter havido uma ruptura no pacto instituído constitucionalmente, de respeito ao voto e à vontade popular. “Quando você rompe com a Constituição – e eles romperam –, você torna tudo possível. E é o que estamos assistindo hoje”, disse. Ao fim do seu

discurso, reforçou: “já tenho meu candidato, é Lula presidente!”.

O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), ao falar em nome de toda a bancada, disse que todos os deputados e deputadas estão firmes na luta em defesa do povo brasileiro no Parlamento. Segundo o líder, a dedicação e o esforço é para garantir tudo o que foi construído em nome da liberdade democrática, do desenvolvimento e da soberania nacional, que passaram a fazer parte do Brasil e mudaram os rumos do País. “Trazemos uma proposta que queremos submeter a esse congresso. Estamos firmes e unidos na luta pelas Diretas Já.

Essa é a posição da Bancada do PT. É necessário aprofundar essa bandeira. Vamos lutar pelas diretas!”, pontuou.

(Tarciano Ricarto)

Foto: Gustavo Bezerra

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