O deputado Valmir Lula Assunção (PT-BA), em discurso no plenário da Câmara, saudou nesta terça-feira (22) o presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro, com 68% dos votos válidos, e criticou a cobertura ideologizada da grande mídia brasileira sobre aquele país, bem como a postura das elites latino-americanas, que questionam a legitimidade das eleições venezuelanas, apesar da expressiva diferença de votos entre Maduro e o segundo colocado.
“Naquele país, onde o voto não é obrigatório, há uma expressiva participação nas urnas para manter o projeto iniciado ainda pelo governo Hugo Chávez. O que destaco como principal – e talvez seja o que mais incomoda a elite econômica de toda América Latina – é justamente o uso das principais riquezas e bens para usufruto do bem-estar da população venezuelana”, explicou o parlamentar.
Valmir Assunção disse não se surpreender com os questionamentos das elites brasileiras acerca do processo eleitoral no país vizinho, já que elas lançaram mão do golpismo aqui no Brasil para fazer prosperar seu projeto político de desigualdades. “Deve ser esquisito reconhecer regras democráticas. Sim, estas eleições são legítimas. O que não é legítimo é o golpe no Brasil. O que não é legítimo é toda a tentativa de retirada forçada dos interesses populares da disputa política, representada pela absurda prisão de um líder popular, Lula, sem nenhuma prova”, argumentou.
O petista lembrou que, contra as denúncias de manipulação de voto, o próprio presidente Maduro pediu auditoria em 100% dos votos, bem acima da auditoria tradicional do sistema eleitoral, que é de 54% dos votos. “Os venezuelanos exerceram seu direito ao voto de maneira voluntária, livre e soberana, direito ameaçado aos brasileiros nesta atual conjuntura”, completou.
De forma semelhante, a deputada Benedita Lula da Silva (PT-RJ) também parabenizou a população venezuelana e Nicolás Maduro, que democraticamente “voltou ao poder pela mão do povo”. “A imprensa brasileira está dizendo que é ilegal, que a oposição ao Maduro estaria entrando, parece-me, com uma liminar. Não tem como fazer isso. Ali é uma questão democrática. Eles ganharam no voto. Não podem imitar o Brasil. Dilma ganhou no voto e fizeram o impeachment dela, sem haver crime nenhum. Qual é o crime cometido pelos eleitores de Maduro?”, disse a parlamentar.
PT na Câmara