Os deputados Emiliano José (PT-BA) e Waldenor Pereira (PT-BA) elogiaram da tribuna da Câmara, nesta quinta-feira (9), a postura equilibrada do governador Jaques Wagner (BA), nas negociações com os policiais em greve no estado.
Os parlamentares também criticaram a conduta de deputados da oposição da Bahia, que apostaram em um confronto. Os petistas lembraram que o direito à manifestação é legítimo, mas condenaram o uso de métodos violentos adotado por alguns grevistas para alcançar seus objetivos. Segundo declaração do comandante da Polícia Militar da Bahia, coronel Alfredo Castro, nesta sexta-feira (10), 85% do efetivo da região metropolitana de Salvador já retornou ao trabalho.
“Estamos às portas de um desfecho da greve dos policiais militares da Bahia, graças à ação serena e firme do governador Jacques Wagner. Em nenhum momento ele se rendeu a quaisquer tentações autoritárias, e também não admitiu qualquer violação às regras democráticas que pudessem implicar no desrespeito à autoridade do governante eleito pelo povo”, destacou Emiliano José. De acordo com o parlamentar, mesmo respeitando as reivindicações dos policiais militares, o governador Jacques Wagner sempre colocou o direito à segurança da população em primeiro lugar.
Segundo Emiliano José, o exemplo desse compromisso pôde ser observado no pedido de reforço na segurança feito à presidenta Dilma. O governo deslocou para a Bahia cerca de 4 mil homens da Polícia Federal, Exército e Força Nacional.
O deputado Waldenor Pereira, também destacou o esforço realizado pelo governador na melhoria do salário e das condições de trabalho dos policiais. “O governador recebeu o sistema de segurança pública em situação caótica. O salário dos policiais era de R$1 200, havia insuficiência de viaturas e de efetivo, as delegacias estavam depredadas e com falta de delegados, dentre outras carências. Em 5 anos, o governo do PT reajustou o salário para 2 mil e 200 reais (soldado em início de carreira), admitiu 8 mil policiais militares por concurso público, e adquiriu 3 mil viaturas para melhorar o aparato policial do nosso Estado”, enumerou.
Apoio– Os deputados petistas Dr. Rosinha (PR), Fernando Ferro (PE) e Vanderlei Siraque (SP) também elogiaram a postura democrática do governador Jacques Wagner durante a greve. Dr. Rosinha contou que no Paraná, os policiais adotaram postura diferente dos policiais baianos. Ao invés da greve, que prejudica a população, decidiram realizar uma operação padrão. Ele lamenta a falta de apoio do governador do estado, Beto Richa (PSDB), à ação dos policiais paranaenses.
“Na operação padrão os policiais atuaram em locais estratégicos. Primeiro, apreendendo produtos falsificados em uma feira. Mas, por ordem do governador Beto Richa, os policiais envolvidos na operação foram transferidos. Depois, uma casa de jogos ilegais e de prostituição, onde foram apreendidas máquinas caça-níqueis, também foi abordada. Nesse caso, o delegado geral não queria registrar a ocorrência. Quando foi registrada, uma agenda não foi aceita como prova. Segundo denúncias, continha nomes de autoridades do governo estadual”, denunciou.
O deputado Vanderlei Siraque (PT-SP) lembrou que a lei não dá aos policiais e bombeiros o direito a greve. “A Constituição é clara ao afirmar que policiais e bombeiros militares não podem ser sindicalizados e não têm direito a greve. Mas, ao mesmo tempo, não proíbe a manifestação pacífica, sem armas. Mas uma coisa é reivindicar, e outra é fazer greve ou motim”, destacou o deputado ao lembrar o comportamento de alguns policiais na Bahia.
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) disse que é preciso melhorar o salário dos policiais no Brasil, mas condenou o uso da violência e a vinculação à votação da PEC 300. “Atacar pessoas inocentes e incendiar carretas não é correto. O caminho deve ser o do diálogo, da negociação política. Mas também discordo dos oportunistas, que colocam a aprovação da PEC 300 como a solução de todos os problemas”, explicou.
Héber Carvalho
