Parlamentares do PT visitaram, nesta quinta-feira (19), o acampamento de militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no gramado do Congresso Nacional. Formado em sua maioria por filiados da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTT), o acampamento é um ato em defesa da democracia, contra a pauta de retrocessos nos direitos trabalhistas que tramita no Congresso e, sobretudo, contra o golpismo de diversos agrupamentos que querem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a volta dos militares ao poder.
O deputado Marco Maia (PT-RS) foi o primeiro a visitar o acampamento e conversar com os sindicalistas e afirmou que está junto dos trabalhadores “na luta contra o retrocesso”.
Os deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Vicentinho (PT-SP) e Bohn Gass (PT-RS), além do deputado suplente Fernando Marroni (PT-RS), também estiveram no acampamento cutista, onde encontraram o presidente da central, Vagner Freitas. “Ao contrário dos golpistas que estão acampados há mais de um mês aqui, vocês defendem a democracia e os direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro!”, ressaltou Pimenta, que na véspera foi agredido com gás de pimenta pela Polícia Militar enquanto tentava mediar uma discussão entre participantes da Marcha das Mulheres Negras e defensores da ditadura militar.
“Vocês têm todo o nosso apoio e contam com a nossa solidariedade”, registrou Vicentinho.
Tribuna – Na Câmara, o deputado Marcon (PT-RS), referindo-se ao “acampamento dos coxinhas”, questionou a diferença de tratamento dado aos movimentos populares da esquerda. “Se fosse qualquer outro movimento – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimento de Mulheres Camponesas, movimento de trabalhadores de qualquer central sindical –, o presidente Eduardo Cunha já o teria tirado dali. Mas ocorreu o contrário, o Eduardo Cunha é quem deliberou a permanência”, criticou Marcon.
“Isso é um perigo! Inclusive um Policial Civil foi preso com arma, dando tiro aqui na frente. Isso ocorreu ontem duas vezes. Fala-se do terrorismo na França, fala-se da violência no Brasil. Aqui, na frente dos nossos olhos, temos um acampamento e nós não sabemos quem são as pessoas que estão ali. Até quando vamos esperar? Até quando nós vamos olhar isso? Vamos esperar alguma desgraça?”, indagou o deputado gaúcho.
“Espero que se cumpra aquilo que foi dito, de que em três dias todos eles sairão”, disse o deputado Luiz Couto (PT-PB), que registrou também os incidentes que resultaram nas prisões de manifestantes acampados flagrados com armas de fogo e armas brancas.
Já o deputado Zé Geraldo (PT-PA) ironizou a malfadada luta dos golpistas. “Por mim, esses jovens podem ficar aí até 2018, até quando quiserem ficar. Quem estiver financiando isso vai gastar muito dinheiro, porque eles vão ter que ficar até 2018 esperando pelo impeachment da presidente Dilma”, observou o parlamentar.
Prazo – Já no início da noite desta quinta-feira, os presidentes da Câmara e Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, acompanhados do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, anunciaram que todos os grupos acampados no gramado do Congresso têm o prazo de 48 horas para deixar o local.
PT na Câmara
Foto: Salu Parente/PT na Câmara