Em audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, realizada nesta quarta (6), as concessionárias de energia elétrica foram duramente criticadas e cobradas quando à melhoria dos serviços prestados à população. O debate ocorreu por iniciativa do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), entre outros, e teve como foco as constantes denúncias contra a Eletropaulo, que atende a Grande São Paulo.
Zarattini se disse indignado com a empresa, alvo de seguidas reclamações de desrespeito aos consumidores. “Temos que protestar contra a Eletropaulo porque ela está servindo mal a população, tanto no fornecimento da energia quanto no atendimento direto aos clientes. A empresa obteve um superlucro, mas observamos uma decadência dos serviços, por conta dos baixos investimentos. Esperamos que a Aneel tome providências quanto a essa situação”, cobrou Zarattini.
A Eletropaulo informou que, nos últimos três anos, acumulou um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões, enquanto os investimentos somaram apenas R$ 1,6 bilhão. “A própria Eletropaulo apresenta números que comprovam o superlucro e os baixos investimentos”, destacou Carlos Zarattini.
Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), as reclamações contra as concessionárias de energia elétrica são um problema nacional que demanda intervenção mais forte do poder público. “Sabemos que o aumento do consumo, com o crescimento da economia, afeta o serviço no seu aspecto físico, nas redes de distribuição, mas é preciso reavaliar o sistema brasileiro e devemos adotar medidas como a intervenção direta na gestão destas empresas, que têm valorizado excessivamente o lucro e são alvos de reclamações crescentes da sociedade”, avalia o deputado pernambucano.
O deputado Weliton Prado (PT-MG) concordou com Ferro e também criticou as concessionárias. “O problema de desrespeito aos consumidores, que pagam uma tarifa muito cara, é sério e muito grave. As empresas sempre jogam a culpa na Aneel ou no governo federal por conta de problemas que ocorrem constantemente com um serviço que é essencial, mas vem sendo tratado meramente como mercadoria”, criticou.
Vários deputados presentes à audiência, inclusive petistas, se disseram favoráveis à realização de um debate mais amplo, que discuta este problema em âmbito nacional.
Rogério Tomaz Jr.
