A deputada Erika Kokay (PT-DF) manifestou seu apoio à decisão do Conselho de Ética da Câmara, que aprovou o início do processo de cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), por quebra de decoro parlamentar. Por 11 votos a três, o colegiado acolheu o parecer do relator, deputado Carlo Sampaio (PSDB-SP). O parecer agora será enviado para análise do Plenário, a quem caberá a decisão final.
A deputada Jaqueline Roriz é alvo de ação no Conselho de Ética por ter sido filmada em 2006 recebendo maços de dinheiro, no valor de 50 mil reais. O vídeo foi gravado por Durval Barbosa, arrecadador de propina de empresas de informática que mantinham contrato com o governo do Distrito Federal, liderado à época pelo pai de Jaqueline, o ex-governador Joaquim Roriz.
O esquema foi alvo de investigação da Policia Federal e desembocou na maior operação contra corrupção da história do Distrito Federal, já em 2009. A operação recebeu o nome de “Caixa de Pandora”, e culminou com a renúncia do então governador José Roberto Arruda, à época filiado ao Democratas.
Para Erika Kokay, a Comissão de Ética fez justiça, ao não acolher a argumentação da defesa de Jaqueline Roriz, que afirmava que a parlamentar não poderia ser acusada de um crime cometido antes de assumir o atual mandato. “Um ato indigno cometido no passado não pode ser esquecido nos dias atuais. Existem provas cabais, como fitas gravadas e até mesmo a confissão da própria deputada, reconhecendo que o dinheiro recebido de Durval não foi declarado à justiça eleitoral e tinha origem desconhecida”, afirmou.
Kokay lembra que se o fato tivesse vindo à tona antes das eleições de 2010, a filha do ex-governador Roriz não poderia nem mesmo ser candidata à deputada federal.
Héber Carvalho
