Parlamentares da Bancada do PT na Câmara afirmaram hoje (5), pelas redes sociais, que o depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro à Polícia Federal confirma uma série de irregularidades cometidas por ele no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à época em que o ex-juiz que virou político comandou a Operação Lava Jato.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman (PR), observou que o ponto mais relevante do depoimento de Moro foi o fato de ele confessar que teve seu telefone hackeado. (veja imagem abaixo ). Para o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), “quando Moro diz que teve o celular hackeado, ele confirma as reportagens do Intercept em que foram vazadas uma série de conversas da força tarefa, de que Moro participou e que revelam a manipulação na condução da Operação Lava Jato”
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) também destacou o fato de Moro confirmar “a veracidade das informações reveladas pelo The Intercerpt”, que ao longo de uma série de reportagens, a partir de conversas interceptadas no aplicativo Telegram, mostrou como o ex-ministro de Jair Bolsonaro e outros integrantes da Lava Jato agiram como fora da lei para perseguir Lula.
Pimenta qualificou Moro de “mentiroso”, disse que ele “aliviou para Bolsonaro”, mas “admitiu o que todos nós já sabíamos: AS MENSAGENS DA VAZA JATO SÃO VERÍDICAS!”. E acrescentou: “Moro confirmou que @LulaOficial foi vítima de um processo ilegal e a democracia brasileira foi vilipendiada.”
Farinha do mesmo saco
O líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), observou: “Olha o trabalho do @TheInterceptBr sendo reconhecido até pelo Moro!”. Para o parlamentar, o depoimento do Moro prova também duas coisas importantes: “1- Interesse direto do Bolsonaro na Superintendência da PF no RJ; 2- Moro e Bolsonaro são farinha do mesmo saco. Os dois estão enrolados em ilicitudes, vale destacar que Moro admite que as mensagens vazadas na #VazaJato eram dele.”
Zeca Dirceu (PT-PR) frisou também o fato de Moro reconhecer, pela primeira vez, em foro oficial, “que eram dele as mensagens do Telegram reveladas pela #VAZAJATO. Quem ler atentamente o depoimento de Moro à PF perceberá que ele mais uma vez reconheceu como autênticas as mensagens divulgadas pelo @TheInterceptBr”
Gleisi Hoffmann avaliou que o depoimento do ex-ministro Sergio Moro só apresentou “convicções e atos indeterminados” como provas no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a interferência na Polícia Federal. “Mas será que nem contra o notório Jair Bolsonaro o Sergio Moro consegue apresentar uma prova do que afirmou? Só convicções e atos indeterminados. Os dois se merecem. O Brasil é que não merece esses dois farsantes”, disse a parlamentar.
Briga de bugios
Para Maria do Rosário (PT-RS), Bolsonaro e Moro estão numa “briga de bugio”, como se diz no Rio Grande do Sul. “Moro denunciou crime de Bolsonaro para impedir investigações da PF contra filhos. Bolsonaro, pra se defender, mostra q Moro colaborava pra blindar seus filhos milicianos. Quando se trata do interesse da sociedade NOTA ZERO! #ForaBolsonaro”, escreveu a deputada no Twitter.
Para Carlos Veras (PT-PE) há perguntas importantes a serem respondidas: “Por que o presidente queria tanto interferir na Superintendência da PF do RJ? O que quer esconder? Por que Moro demorou tanto para trazer à tona a interferência política de Bolsonaro na PF? “ Ele usou a hashtag #FarinhaDoMesmoSaco
Paulo Teixeira (PT-SP) informou que tem representação ao Procurador Geral da República na qual pede a busca e apreensão do celular do Sérgio Moro “para fins de investigação de cometimento de crime”. O parlamentar lembrou que Moro só mostrou s conversas que teve com Bolsonaro e com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).
Crime de Bolsonaro
Sergio Moro afirmou em seu depoimento prestado no último sábado que recebeu uma mensagem de celular do presidente Jair Bolsonaro na qual ele teria afirmado expressamente que “queria” a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro sob sua influência, sem explicar seus interesses específicos nesse cargo. Mas sobre se Bolsonaro cometeu crime, esquivou-se e disse que essa constatação ficará a cargo da Justiça, segundo agências de notícias.
Nas dez páginas de seu depoimento à PF, Moro detalhou as pressões feitas pelo presidente para trocar cargos da Polícia Federal desde agosto do ano passado, que incluíam mudar o superintendente do Rio e demitir o então diretor-geral Maurício Valeixo — que acabou sendo exonerado no mês passado e gerou a crise que resultou no anúncio de demissão do próprio ministro da Justiça.
Redação PT na Câmara com agências