Décio Lima abomina perseguição ao PT e detalha histórico da corrupção no Brasil

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O deputado Décio Lima (PT-SC) denunciou, em plenário, a perseguição ideológica dos grandes veículos de comunicação aos movimentos sociais, partidos de esquerda e em especial ao Partido dos Trabalhadores. “A ditadura acabou, no entanto, seus ovos deixados pelo regime militar continuam mais vivos do que nunca. Veículos esses que ganharam concessão pública pelos militares, que deveriam ser imparciais no tratamento das informações, com ótica no princípio do interesse público, mas o que temos assistido é uma militância ferrenha da comunicação privada familiar, promovendo a perseguição e a criminalização aos movimentos sociais e aos partidos de esquerda no Brasil”, disse.

Para ele, vivemos um momento desolador em nosso País. “Fomos testemunhas do injusto afastamento de uma Presidente da República legitimamente eleita pelo sufrágio popular. Afastamento que não encontra esteio no ordenamento jurídico nacional”.

O deputado também externou indignação contra “um mar de infâmias” que se tem propagado contra o Partido dos Trabalhadores. “Por óbvio que seja, tenho que dizer que o PT não inventou a corrupção no Brasil. O Estado brasileiro não era uma agremiação de santos e beatos quando o Partido dos Trabalhadores assumiu o Governo Federal em 2003. A corrupção é um problema gravíssimo na política nacional desde muito tempo”, disse.

Para o deputado, muito se fala e escreve a respeito dos escândalos de corrupção nos governos Lula e Dilma. Mas pouco ou nada se fala e escreve a respeito dos escândalos ocorridos em períodos anteriores. “Que fique claro, não estou a esposar que um erro justifique outro: nada disso. Meu objetivo é mostrar que a corrupção não nasceu em 2003 com o Governo Lula; ao contrário, ocorreu em proporções ainda maiores em tempos pretéritos”, afirmou.

Ele lembrou alguns casos emblemáticos de corrupção no Brasil, a partir dos anos 1990. “O caso Collor/PC Farias, o caso Pau Brasil, os Anões do Orçamento, o Escândalo da Parabólica, a Pasta Rosa, o escândalo dos Precatórios, o Frangogate, o escândalo das privatizações dos governos Fernando Henrique Cardoso, a compra de votos para a emenda de reeleição, a Máfia dos Fiscais de São Paulo, o caso do Banco Marka (do banqueiro Salvatore Cacciola), o caso do TRT de São Paulo (do Juiz Nicolau dos Santos Neto), o escândalo da Turma do Chuvisco no Rio de Janeiro, o escândalo da Sudam nos anos 2000, o Caso Lunus (no Maranhão), Banestado, Operação Anaconda, Banpará, as obras superfaturadas de São Paulo (Túnel Ayrton Senna, entre outras), o Mensalão tucano em Minas Gerais, o escândalo dos sanguessugas, os desvios no BRB que vieram à tona em 2007, os escândalos envolvendo o senador Renan Calheiros (casos Mônica Veloso, Schincariol, sociedade com João Lyra e BMG), operação Satiagraha, fraudes no BNDES envolvendo a Força Sindical, os atos secretos do Senado Federal, o Mensalão do Distrito Federal, o caso do Carlinhos Cachoeira, máfia do ISS de São Paulo”, listou.

Para o deputado Décio Lima, esses são apenas alguns exemplos selecionados rapidamente, mas que foram responsáveis por desvios de bilhões e bilhões de reais, valores que poderiam ser empregados em tantas áreas deficientes em nosso País. “O Partido dos Trabalhadores não criou, não se beneficiou, não participou de nenhum desses casos. Repito: o Partido dos Trabalhadores não inventou a corrupção no Brasil. Pelo contrário, o PT, desde sua fundação, orientou sua atuação por valores éticos e pelo combate à corrupção e, no governo, adotou medidas para ampliar a transparência, o controle e a fiscalização dos atos do poder público”, lembrou .

A efetiva autonomia dos órgãos de controle, recordou Décio Lima, é um nítido exemplo. “Antes de 2003, a autonomia do Ministério Público da União, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União não saia do papel. Não é à toa que o Procurador-Geral da época ganhou o epíteto de Engavetador-Geral da República”.

Ilustrou ainda o deputado que o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral elaborou um ranking de partidos com maior número de candidatos cassados pela Justiça Eleitoral nos pleitos ocorridos entre 2000 e 2006. O PT aparece na 9ª posição, com 10 cassações. O primeiro lugar no ranking, como o partido mais corrupto, é o DEM, com 69 cassações, seguido do PMDB, com 69, e do PSDB, com 58. “É curioso que membros dessas mesmas agremiações têm a coragem de chamar o PT de partido corrupto!”, observou.

Para arrematar, o portal da internet Brasil 247 fez uma compilação dos parlamentares da base aliada do governo interino com problemas na Justiça. “São 58 deputados federais e 9 senadores investigados pela operação Lava Jato. Ademais, 145 deputados e 25 senadores de partidos da base aliada respondem a inquéritos e ações penais no Supremo Tribunal Federal”, relatou .

PT na Câmara

Foto: Salu Parente

 

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