Debate aponta para importância de simplificar licenciamento para aquicultura em águas da União

padrejoao CDH

Representantes do setor produtivo da aquicultura criticaram, durante audiência pública na Comissão de Agricultura, nesta terça-feira (31), a burocracia na liberação de autorizações e licenciamentos ambientais para a produção em águas pertencentes à União. Na reunião, presidida pelo deputado Padre João (PT-MG), representantes do governo federal também concordaram com a necessidade de maiores incentivos ao setor.

Para o representante da Associação Brasileira da Piscicultura, Francisco Medeiros, ainda são necessários vários ajustes para alavancar a produção.

“Temos que implantar a liberação por meio eletrônico das autorizações e licenciamentos que passam por órgãos como o Ibama, o ministério da Agricultura e a Marinha. Também é preciso rever o decreto que autoriza o uso das águas da União, com ênfase na simplificação dos processos, sem a participação do Ibama e com prioridade para a análise de dados e não na descrição dos processos de produção”, destacou.

Apesar de ressaltar o crescimento da aquicultura no País nos últimos anos, o diretor do Departamento de Planejamento do setor no Ministério da Agricultura, João Crescêncio, disse que a solução para aumentar ainda mais a produção é revisar o decreto que regulamenta o uso das águas da União.

“Nosso país tem um grande potencial e a produção tem crescido, mas para aumentar a produção é preciso reformular o decreto 4.895/03, que regulamente o uso das águas e incorporar novas áreas na cadeia produtiva”, afirmou.  Segundo João Crescêncio, o Brasil produziu em 2013, 476,5 mil toneladas. Já em 2014, a quantidade pulou para 561,4 mil.

Em relação à participação no processo de licenciamento das áreas de produção, o coordenador-geral de uso e gestão da fauna e recursos pesqueiros do Ibama, João Moreira Jr, disse que é possível simplificar o processo.

“O Ibama pode sim não participar do processo de outorga (autorização) da produção, mas é preciso modificar o decreto federal. Aliás, essa é a posição da autarquia. Porque já existe um decreto específico definindo as regras para a criação de espécies exóticas da fauna e da flora em ecossistemas naturais e frágeis”, explicou.

Potencial– Para o deputado Padre João, autor do requerimento que viabilizou o debate, a simplificação das regras pode incentivar a produção de pescado para garantir a segurança alimentar e gerar renda no País.

“Temos um enorme potencial de produção de proteína saudável e com custo de produção mais barato para garantir a segurança alimentar dos brasileiros. Além de servir como alternativa para garantir o sustento de pessoas prejudicadas com áreas inundadas, e que enfrentam restrições na atividade agrícola”, finalizou.

Héber Carvalho

Foto:Agência Câmara

 

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