Debate aponta falta de preparo de professores para lidar com homofobia

lbgt congressoAo participar  do 9º Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, nesta terça-feira (15), na Câmara, a  diretora do Departamento de Políticas Temáticas da Criança e do Adolescente, da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Nadine Borges,  reconheceu “a falta de preparo” dos  professores para enfrentar o debate sobre a violência contra os homossexuais. Segundo ela, a escola deve ser “espaço de conquista de cidadania”  e o adolescente “não pode achar que sua orientação sexual é crime”.

Nadine Borges,  reconheceu, no entanto, as políticas públicas implementadas no governo Dilma e a mudança de comportamento da sociedade em relação ao tema. Ela citou como exemplo, a ampliação do serviço Disque 100, criado inicialmente para receber denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes.

“A participação tem sido cada vez maior da sociedade. São denúncias  sobre violações das crianças e dos adolescentes nos casos de homofobia,  bullying  e violência sexual. O serviço é gratuito em todo o País, portanto, a hora é essa: de denunciar”, afirmou.

A diretora defendeu ainda a aprovação do projeto de lei (PL 7672/10, do Executivo), a chamada Lei da Palmada. A Lei estabelece o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante.

Mãe de quatro filhos homossexuais, Marlene Xavier, retratou a sua história durante o evento.  Segundo ela, pior do que a diversidade dentro de casa , no início, foi “enfrentar” o desrespeito da sociedade.  “Sofri junto com os meus filhos o preconceito.

Dois deles foram vítimas de bullying e um da homofobia. Igor Xavier morreu há dez anos e até hoje os responsáveis- pessoas com poder aquisitivo alto e infiltrados na política-  nunca foram a julgamento. Não é fácil passar por isso. Essa violência é fato, e acontece todos os dias em nosso País”, enfatizou a representante das Mães pela Igualdade , do Movimento LGBT.

Durante o Seminário, Marlene Xavier divulgou a “Carta às Mães e Pais Brasileiros”. O documento retrata os cuidados e as alegrias de gerar filhos, tê-los nos braços, o sentimento de desespero, angústia e vazio absoluto das mães que não têm como evitar que seus filhos sejam vítimas da homofobia e a insegurança vivida pelas mães de homossexuais e transexuais que tem desrespeitado o direito “de ir e de vir” previsto na Constituição Brasileira. “Quando perdemos um filho,  nos tornamos eternamente mutiladas e a nossa imagem é o reflexo da dor e da saudade, que serão nossas eternas companheiras”, destacou Marlene Xavier. 

A deputadas Erika Kokay (PT-DF), da Frente Parlamentar Mista de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente,  mediou o debate sobre Subjetividade e papéis de gênero e Fátima Bezerra (PT-RN), da Comissão de Educação e Cultura, sobre o tema: Educação, sexualidade e gêneros  Marcaram presença ainda no evento, os deputados Janete Pietá (SP); Marcon (RS); Luiz Couto (PB); Artur Bruno (CE), Marina Sant’Anna (GO) e Amauri Teixeira (BA).

Mais informações sobre o Disque 100, acesse o link.
http://www.disque100.gov.br/?section=link

Ivana Figueiredo

 

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