A FUP promete denunciar violação dos direitos sindicais e reafirma em nota: “o representante da Shell que o mercado colocou no Conselho de Administração da empresa já caiu. O próximo será Pedro Parente”.
De cabeça erguida pelo sucesso do primeiro dia de greve que deixou marca na sociedade em defesa da soberania e contra a privatização da Petrobras, na manhã desta quinta-feira (31), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou uma nota orientando seus sindicatos a suspenderem a greve momentaneamente e reafirmou que a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais.
O TST, “mesmo ciente de que a greve de advertência da categoria não causaria riscos de desabastecimento, tomou a decisão arbitrária e política de decretar a ilegalidade do movimento, assumindo o golpe e agindo como um tribunal do capital”, diz trecho da nota.
Os petroleiros devem decretar greve por tempo indeterminado a partir de junho, porque querem uma nova política de preços para os combustíveis e gás de cozinha e a saída de Pedro Parente da presidência da estatal.
“A paralisação dos caminhoneiros jogou luz num assunto que para nós é preocupante há muito tempo, que é a política de preços adotada pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente. Por isso, uma das reivindicações da categoria é justamente a sua demissão”, diz Rangel, destacando que os petroleiros podem deflagrar greve por tempo indeterminado se o governo ilegítimo de Temer insistir em manter Pedro Parente no comando da estatal e continuar com a atual política que tem destruído a Petrobras.
Outro trecho da nota diz que “a categoria colocou em debate os interesses que pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto da gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do país para cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes corporações internacionais”.
Veja a nota da FUP na íntegra:
Os petroleiros novamente deixam sua marca na defesa da soberania. A luta contra a privatização da Petrobrás ganhou a sociedade. A categoria colocou em debate os interesses que pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto da gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do país para cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes corporações internacionais.
Antes do protesto legítimo dos caminhoneiros contra os preços abusivos do diesel, a FUP e seus sindicatos já haviam aprovado uma greve nacional para deter a escalada descontrolada de aumentos do gás de cozinha e dos derivados, cobrando a retomada da produção a plena carga das refinarias e o fim das importações de derivados.
Diante da situação caótica em que se encontra o país, desgovernado e refém das imposições do mercado que manda e desmanda na Petrobrás, uma empresa que é estratégica para a nação, os petroleiros não poderiam se omitir. E, como em outros momentos da história, se levantaram e enfrentaram os desmandos do Tribunal Superior do Trabalho, que mesmo ciente de que a greve de advertência da categoria não causaria riscos de desabastecimento, tomou a decisão arbitrária e política de decretar a ilegalidade do movimento, assumindo o golpe e agindo como um tribunal do capital.
Os petroleiros não recuaram e seguiram em frente, ganhando a solidariedade dos movimentos sociais e de várias outras categorias, dentro e fora do país. A população veio junto e apoiou a greve, pois sofre os efeitos do desmonte da Petrobrás, que vão muito além da disparada dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis. A privatização conduzida por Pedro Parente, os desinvestimentos, a transferência para a Ásia das encomendas de plataformas e navios desmontaram a indústria nacional, aumentaram o desemprego em massa e fizeram o PIB despencar.
O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento. O tribunal cobrou da Polícia Federal investigação das entidades sindicais e dos trabalhadores, em caso de desobediência. Essa multa abusiva e extorsiva jamais seria aplicada contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente. Jamais seria imposta aos empresários que entregam patrimônios públicos, aos que destroem empregos e violam direitos dos trabalhadores.
A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Essa grave violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada.
Via CUT