Dartora apresenta projeto de lei para enfrentar racismo nas escolas

Deputada federal Carol Dartora (PT-PR) Foto: Zeca Ribeiro

A deputada federal Carol Dartora (PT-PR) apresentou, no começo deste mês, sugestão de projeto de lei para instituir o Protocolo de Acolhimento e Atendimento às vítimas de discriminação racial e condutas análogas nos estabelecimentos de ensino do país.

Segundo a parlamentar, o projeto objetiva “criar um protocolo amplo e unificado para atendimento das pessoas vítimas de racismo em ambiente escolar, bem como orientá-las e, orientar também a comunidade escolar, sobre os procedimentos que poderão ser tomados a partir da ocorrência de casos de racismo individuais.”

O Protocolo também visa instituir medidas de pequeno, médio e longo prazo a serem realizadas pelas instituições de ensino onde ocorram casos de discriminação racial realizadas por profissional da educação contra alunos e alunas; entre alunos e alunas; entre profissionais da educação; e entre membros da comunidade escolar e profissional da educação e/ou alunos e alunas.

Além disso, os estabelecimentos de ensino público e privado em todo o país deverão produzir relatório imediato sobre o caso de racismo e encaminhá-lo ao Conselho Escolar, à Diretoria Regional de Ensino e ao órgão responsável pela educação no respectivo ente federado; acionar a autoridade policial no momento do fato e ao Ministério Público competente para instauração das medidas cabíveis sobre o caso; e promover apoio psicológico para familiares, estudantes e profissionais da educação que sofreram e promoveram a violência racial, desde o dia da ocorrência do fato e pelo tempo que for necessário.

Ademais, a escola deverá comunicar os responsáveis legais, nos casos em que o autor seja criança e/ou adolescente, informando-os que este será incluído em programa de reeducação sobre história e cultura afrobrasileira e indígena, nos termos das leis nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e nº11.645, de 10 de março de 2008.

Sobre o impacto que o PL pode ter na comunidade escolar e, principalmente, para  as crianças e os adolescentes das comunidades negra e indígena, a parlamentar paranaense acredita que “a expectativa é que o projeto contribua de forma efetiva na garantia de um espaço livre de discriminação, que contribua para a valorização da história e cultura negra e indígena e, ainda, que garanta o devido suporte para essas crianças, adolescentes, adultos que estudam no sistema EJA, e profissionais da educação, que sofram racismo em ambiente escolar, bem como construir uma sociedade justa, inclusive e diversa, a partir da reeducação.”

Episódios de racismo nas escolas aumentam no país 

Matéria do portal G1 revelou que, em três anos, o estado de São Paulo viu quadruplicar o número de boletins de ocorrência envolvendo casos de discriminação racial em unidades escolares: de nove registros em 2019, as ocorrências passaram para 49 registros no ano passado.

Em março deste ano, no Distrito Federal, segundo o jornal Correio Braziliense, uma professora de escola pública de Ceilândia sofreu racismo em sala de aula após um aluno dar, na frente de toda a classe, um saco de palha de aço à educadora.

Questionada sobre o porquê do PL, a parlamentar afirmou que, com a ascensão do discurso de ódio na sociedade e nas escolas, “observamos que os casos de racismo têm se intensificado cotidianamente. Recebemos, no mandato, diversos relatos de casos que tratam de discriminação racial e, ainda, que muitas das escolas e das famílias não sabem como agir, quem procurar, a quem socorrer, como atender e/ou encaminhar os casos”, revelou.

A lei 10.639/2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura afro-brasileira, ainda não é amplamente adotada pelos estabelecimentos escolares, e a escola como celeiro para formação de cidadãos e cidadãs conscientes é o local ideal para incentivar a educação antirracista.

“Quando pensamos, ainda, nas medidas que os estabelecimentos de ensino devem tomar para promover um ambiente inclusive, não discriminatório, de combate ao discurso de ódio e de fomento a uma cultura da paz, é ainda mais grave”, aponta a deputada. “Muitos dos estabelecimentos não sabem sequer medidas que poderiam ser tomadas para isso”.

“Soma-se, ainda, a falta de cumprimento da lei 10.639/2003, que completou 20 anos, em janeiro, e que, como apontado em pesquisa realizada pelos Instituto Geledés e Instituto Alana, permanece sem a sua efetivação em mais de 70% das escolas à nível nacional. Então, outra motivação e objetivo desse projeto também é fomentar e dar mais força para a efetivação da inclusão nas grades curriculares do ensino sobre história e cultura afro-brasileira e indígena”, defende a deputada petista.

Por fim, Dartora destaca que uma das idealizadoras e que contribuiu para a escrita do projeto é Thamires Rosa, mãe de uma criança vítima de racismo em São Paulo: “Ela já havia nos provocado a escrever o projeto e, também, participou junto com a gente de uma audiência pública organizada pela Frente Mista Antirracista sobre a Igualdade Racial na Educação Básica, onde ficou ainda mais evidente a necessidade de um protocolo específico para atendimento e acolhimento das vítimas, das famílias e, também, formas de reeducação daquelas pessoas agressoras.”

Da Redação do Elas por Elas, com informações do G1 e Correio Braziliense 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100