O empresário Joesley Batista, dono da J&F, ficou em silêncio durante a oitiva na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, na manhã desta terça-feira (28). A reunião foi conjunta com a CPI do BNDES, do Senado.
O deputado Wadih Damous (PT-RS), membro da CPMI, esperava que o empresário fizesse um acordo para ser ouvido reservadamente e contribuísse com os trabalhos da comissão. No entanto, disse Damous, a CPMI já reuniu um acervo importante para se preparar um relatório final.
O parlamentar fluminense lembrou que ele já está em vias de terminar seu relatório em relação às delações premiadas e ao aperfeiçoamento do processo legislativo nessa parte do instituto da delação. Ele lembrou ainda que nesta semana a CPMI vai ouvir o advogado Marcelo Miler e na quinta-feira (30) o Advogado Rodrigo Tacla Durán.
A expectativa de Damous é que o depoimento de Tacla Durán à CPMI será uma oportunidade para revelar ao Brasil as entranhas de um sistema que “parece apodrecer antes mesmo de se tornar maduro, que é a delação premiada”.
Segundo o deputado, a partir desse depoimento será possível mostrar ao povo brasileiro como se dá o mecanismo das delações, “o que, na maior parte das vezes, desrespeita os direitos e garantias fundamentais, desrespeita procedimentos legais e isso reforça a tese de que é preciso ter mais rigor no instituto da delação premiada”.