Cunha é cassado por 450 votos e líder do PT defende erradicação de método nefasto de fazer política

Cunha12092016

Após 11 meses de manobras protelatórias, num dos processos mais longos da história do Conselho de Ética da Câmara, o plenário cassou por 450 votos favoráveis, 10 contra e 9 abstenções, o mandato do já deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. Com a cassação, Cunha que já é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro, fica inelegível por 11 anos, até 2027.

Para o líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), a cassação de Eduardo Cunha é um ato de justiça, pois o método Cunha de fazer política é “nefasto” e deve ser erradicado. “Cunha incitou a violência, patrocinou o golpe de Estado, manobrou o regimento. Mas será cassado porque mentiu na CPI da Petrobras, que foi criada para expor o governo Dilma e o PT”, afirmou.

E Cunha, continuou Florence, usou deste artifício de escolher o PT para combater no momento em que setores da opinião pública tentavam expor o Partido dos Trabalhadores. “Entretanto, hoje, após o impeachment as pesquisas mostram que a sociedade é contra o Temer e o impeachment da presidenta Dilma Rousseff”, disse.

Afonso Florence reforçou que ficou comprovado que ele (Cunha) mentiu. “Cunha disse que a conta na Suíça não era dele e, sim, do truste. Mas, truste é uma empresa que administra patrimônio e, neste caso, o patrimônio é de Cunha pois a conta era dele. Então, isto é praticar justiça”.

O líder petista reiterou que Eduardo Cunha tentou até o último momento enganar a população brasileira e usar de uma forma “contaminada” de fazer política, coagindo parlamentares para evitar cassação. “Mais uma vez, Eduardo Cunha e parlamentares de alguns partidos tentaram transformar esta votação em quem é contra ou a favor do PT. Na verdade, Cunha é contra o PT porque ele (Cunha) tentou impor uma agenda regressiva com retirada de direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos índios, da comunidade LGBT e dos quilombolas”.

Afonso Florence destacou o trabalho dos deputados do PT no Conselho de Ética para a aprovação do parecer pela cassação de Cunha. “Destaco o trabalho dos deputados Leo de Brito (AC), Valmir Prascidelli (SP) e Zé Geraldo (PA), que foram submetidos a uma verdadeira chantagem, todo o Brasil viu a tentativa de Eduardo Cunha de trocar a blindagem do seu mandato pela abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma”.

Gizele Benitz

Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

 

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