A contaminação da economia brasileira pela crise internacional, no último trimestre de 2008, impôs queda no nível de atividade produtiva, mas não interrompeu as trajetórias de redução da desigualdade e da pobreza durante a crise. A informação consta do documento divulgado dia 4/8 pelo Ipea.
Pelo texto, quando se compara a média da desigualdade nos períodos de outubro de 2007 a junho de 2008, e de outubro de 2008 a junho de 2009, o índice de Gini (que mede a desigualdade) a apresenta queda de 0,4%.
A pesquisa também apresentou a evolução do número de pessoas pobres no conjunto das seis principais regiões metropolitanas do país antes e durante a crise. Entre outubro2007/junho2008 e outubro2008/junho2009, 503 mil pessoas saíram da condição de pobreza. Deste total, quase 63% localizavam-se na região metropolitana de São Paulo.
O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) avaliou que os resultados apresentados pelo estudo refletem a política acertada de nvestimentos no governo Lula. “Investimentos nas áreas de população mais pobre, investimentos no Bolsa Família, investimentos com o aumento real do salário mínimo e uma política de desenvolvimento com geração de empregos. Esse conjunto mostra que o Brasil está no rumo certo, mesmo em um ambiente de crise”, disse.
Segundo avaliação do deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), o governo conseguiu, ao longo dos anos, montar uma base sólida de mercado interno que resistiu à crise. “É uma rede de assistência social formada com o benefício de ação continuada, com o Bolsa Família, que perfazem quase 90% da arrecadação e circulação de recursos de mais de três mil municípios”, disse. “E, como houve um incremento significativo por parte do governo nesses recursos, também se promoveu uma mobilidade social que levou cerca de 20 milhões de brasileiros das classes D e E para a classe C. Formou-se uma base de impermeabilidade da economia”, acrescentou.
Gabriela Marcarenhas