Criminosos intensificam ações contra organizações militares, denuncia Pimenta

paulo pimenta-D1O crime organizado intensificou ataques contra quartéis das Forças Armadas, postos da polícia militar e delegacias nos últimos anos. O alerta foi feito em relatório divulgado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS). No último final de semana, a polícia militar do Rio de Janeiro apreendeu três granadas e uma pistola calibre 45, de propriedade do Exército Brasileiro. De acordo com Pimenta, esse fato representa apenas mais um caso de desvio de armas em organizações militares promovido por facções criminosas.

Em seu levantamento, Paulo Pimenta revela que, somente este ano, 21 instituições públicas foram invadidas e registraram roubos de fuzis, metralhadoras e pistolas. Também ocorreram furtos de munições e granadas. No total, foram desviadas 651 armas de uso restrito.

Paulo Pimenta, que relatou a CPI do Tráfico de Armas e a CPI da Violência Urbana, ressalta que a repressão ao tráfico de armas e munições provoca o aumento no preço do armamento no mercado ilícito. Essa situação faz com que as quadrilhas mudem o modo operar, buscando armas com grande poder de fogo em organizações militares. “Quando reforçamos a vigilância em nossas fronteiras, o crime organizado passa a ter dificuldades em obter armas e munições. Com isso, os criminosos buscam abastecer suas facções desencadeando uma série de ações contra instituições públicas”, afirmou Pimenta.

O deputado gaúcho lembra que, em depoimento na CPI da Violência Urbana, especialistas em armas revelaram que criminosos do Rio de Janeiro pagavam, em média, R$ 5 mil por um fuzil calibre 7.62mm. Com o fortalecimento no controle das fronteiras, o mesmo tipo de arma passou a ser negociado com valores superiores a R$ 40 mil.

Segundo o parlamentar, quanto maior o poderio bélico da facção, maior será sua representatividade perante aos grupos rivais e ao Estado. A posse de armas de guerra como fuzis, metralhadores, granadas e, em alguns casos, até bazuca, é fundamental para os criminosos manter o controle de territórios e de pontos de vendas de drogas. Outra prática comum no mundo do crime, conforme Pimenta, é o aluguel de armas de guerra para a realização de assaltos a bancos e confrontos com a polícia. Em São Paulo, investigações apontam que o crime organizado tenha 130 fuzis para esse fim.

Pimenta defende como medidas fundamentais para conter o avanço do crime organizado no país: a tipificação do crime de porte de armas de uso restrito; a harmonização da legislação sobre o assunto no âmbito do Mercosul e a execução de uma política específica de fronteira.
Assessoria Parlamentar

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