Crack: Uma Questão de Saúde Pública

saguas_moraesAtualmente o aumento do consumo do crack e as consequências nefastas do seu uso são abordados como uma questão de saúde pública. A intensa disseminação desta droga se deve não somente ao seu baixo custo, mas também ao fato de ter efeito rápido e intenso, o crack rapidamente ganhou popularidade entre os seus usuários, especialmente nas áreas urbanas mais pobres. Assim como todas as drogas, o crack assola especialmente a nossa juventude que, se antes realizava um consumo de forma velada, hoje se manifesta através dos terríveis efeitos dessa droga que alimenta uma indústria perversa, presente no nosso cotidiano, à luz do dia e nos ambientes mais comuns.

Esta prática que ameaça a nossa juventude e devasta muitas famílias deve ser combatida não apenas pelo Estado, que tem por objetivo fundamental promover o bem de todos sem qualquer forma de discriminação, mas pelo conjunto da sociedade que sofre os malefícios causados pelo uso dessa droga. Para combater o seu uso é necessário inicialmente compreendê-lo de forma abrangente quanto aos aspectos psicológico, social e cultural, procurando, dessa forma, entendê-lo como uma doença que prolifera de forma vertiginosa e sem controle. É fundamental enxergar o fato de que, além de ações emergenciais, são imprescindíveis políticas públicas cuja transversalidade permita o enfrentamento e superação deste problema de saúde pública.

Dessa forma, a formação permanente e a qualificação da intervenção dos profissionais para o atendimento aos usuários e suas famílias, é um passo fundamental para enfraquecer a influência das drogas. Nesse sentido, é plausível a iniciativa da Presidenta Dilma Rousseff que propõe a implantação, em todo o País, de Centros Regionais de Referência em Crack e Outras Drogas em universidades federais. Trata-se de uma ação corajosa, oportuna e extremamente necessária. Sendo assim, percebe-se que essa ação tem como objetivo contemplar uma das finalidades públicas, que é a do dever-poder. Com isso, o estabelecimento de Ações do Estado no combate sistemático, tanto de caráter nacional e regional, torna-se fundamental, a fim de nortear a prevenção e a recuperação dos jovens brasileiros atingidos por essa doença.

Os Centros Regionais de Referência em Crack e Outras Drogas representam um marco referencial e uma ação que precisa ser integrada às ações das diferentes instituições, tais como: igrejas, organizações sociais, o setor privado, as entidades estatais, dentre outras, com o propósito de discutir e propor alternativas para a erradicação do crack em nosso país.

Nesse contexto, vale ressaltar ainda que houve o empenho de diversas instituições na busca por ações firmes de combate ao uso e tráfico do crack, dentre elas podemos citar a Câmara dos Deputados que criou uma Comissão Especial de Combate às Drogas que está na iminência de ser instalada. Além disso, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados deliberará na próxima quarta-feira, requerimento de nossa autoria, propondo a Criação da Subcomissão Permanente de Combate ao Crack.

Faz-se necessário reconhecer a participação de diversos meios de comunicação, como por exemplo, o Correio Braziliense que tem contribuído de forma sistemática na divulgação de denúncias e informações referentes a realização de campanhas educativas para prevenção e combate ao crack.

Ressalta-se, ainda, que o poder público deve estabelecer parcerias com diversos atores, como, por exemplo, as prefeituras municipais, levando em consideração que os municípios lidam diretamente com as pessoas. Evidentemente, que isso não isenta a participação efetiva de outros atores diretamente envolvidos, dentre eles podemos citar os governadores estaduais.

Por fim, é preciso lutar bravamente para que as atuais e futuras gerações de crianças e jovens brasileiros não sejam vítimas dessa terrível epidemia, ou seja, o momento é de agir para evitarmos mais danos à sociedade brasileira.

Ságuas Moraes é Médico e Deputado Federal -PT/MT

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também