CPMI quebra sigilo de Demóstenes e convoca governadores

pauloteixeiraodair-CPMI-300512Em reunião tensa, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações obscuras entre o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira,  com agentes públicos e privados, determinou nesta quarta-feira (30), a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do senador Demóstenes Torres (Ex-DEM-GO). Demóstenes foi pego pelas operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal que revelam a intimidade do senador com o empresário do jogo do bicho, Carlos Cachoeira. Eles trocaram mais de 300 ligações. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) presidiu a sessão.

Na mesma reunião os integrantes da comissão aprovaram, por unanimidade, a convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Com 16 votos favoráveis e 12 contrários, foi aprovada a convocação do governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). O colegiado rejeitou a convocação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Não foi definida a data das oitivas.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), a convocação dos governadores não surpreende, mas a quebra de sigilo é mais importante para os trabalhos da comissão.

“A nossa preocupação é com a quebra de sigilo do Marconi Perillo. Ele precisa explicar a venda da casa dele. O pagamento foi feito pelo sobrinho do contraventor, Leonardo de Almeida Ramos que emitiu três cheques nominais para quitação de R$ 1,4 mil. Além disso, uma parte do governo dele foi cotizada para a quadrilha do contraventor. O PSDB sabe que situação do governador de Goiás está complicada. Há uma blindagem para não quebrar os sigilos do Marconi Perillo”, sentenciou Jilmar Tatto.

Em relação à convocação do governador do Distrito Federal, o líder foi categórico em afirmar que Agnelo Queiroz sempre se colocou à disposição da CPMI. O líder petista analisou que neste momento não havia a necessidade da convocação mas, segundo ele, será a oportunidade para o governador do DF mostrar que foi “vitima” do esquema organizado pelo bicheiro.

“Vai ser uma oportunidade para ele dizer que foi vitima do esquema Cachoeira e que não foi sócio da quadrilha, como o governador do PSDB de Goiás. Agnelo vai mostrar que a empresa Delta só entrou no governo a custa de decisão judicial e que não deixou o esquema do Cachoeira infiltrar no governo dele. Já Marconi, deixou junto com Demóstenes o crime organizado tomar conta do Estado de Goiás”.

O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), compartilha da mesma opinião e acrescenta: “Quem quer investigação, de fato, deveria apoiar a quebra de sigilo”, defendeu o relator.

Benildes Rodrigues

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