Um grupo de 12 parlamentares, entre eles os deputados do PT Rogério Correia (MG), Rubens Junior (MA), Adriana Accorsi (GO) e os senadores Fabiano Contarato (ES) e Rogério Carvalho (SE), denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF) o coronel Jean Lawand por crime de falso testemunho em declarações feitas na sessão da CPMI dos Atos Golpistas dia 27 de junho.
Na denúncia protocolada os integrantes da comissão informaram que Lawand deu versão mentirosa sobre mensagens com teor golpista encontradas pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Eles alegaram ainda que ficou claro o pedido do coronel para que Bolsonaro desse uma “ordem” e não uma mensagem apaziguadora, como ele declarou à CPMI:
“A ideia minha, desde o começo, desde a primeira mensagem com o tenente-coronel Cid foi que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo e as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”. Mas, nas mensagens enviadas no celular de Mauro Cid, Lawand incentiva claramente um golpe de Estado para impedir a posse de Lula. “Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele dê a ordem, que o povo tá com ele, cara”.
Em entrevista na manhã de hoje (5) ao Jornal PT Brasil, o deputado Rubens Junior (PT-MA) esclareceu que o coronel Lawand, na condição de testemunha, tem obrigação de falar a verdade.
“Todas as vezes que uma testemunha for a CPMI e a gente perceber que ele está contando uma mentira, logo depois de apurados os fatos vamos fazer a representação criminal por conta do crime de falso testemunho, para que respeitem as investigações e o Legislativo. Não é normal e aceitável alguém chegar à CPMI e contar fatos inverídicos”, ressaltou o deputado, ao explicar que, como investigado, o depoente tem o direito de permanecer calado e de não se incriminar mas, se chamado como testemunha, tem a obrigação e o dever de falar a verdade. “Mentiu, nós iremos entrar com representação”, avisou.
Na oitiva de Mauro Cid, prevista para a próxima terça-feira (11), a CPMI vai apurar de onde veio a minuta golpista e por que ele fraudou o cartão de vacina do Bolsonaro, vai pedir explicações sobre o dinheiro em espécie que a PF encontrou em sua casa. Cid também será questionado sobre a sua relação com a Polícia Rodoviária Federal, com a polícia do DF e com o coronel do Exército que estava preparando outra minuta golpista. “Vamos investigar o Mauro Cid e ficar um pouco mais perto de chegar ao Bolsonaro”, concluiu Rubens Junior.
Além dos parlamentares do PT, também assinaram o pedido de investigação de crime de falso testemunho de Lawand os deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duarte Júnior (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP) e os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Soraya Thronicke (União-MS).
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