CPMI já tem elementos para denúncia; Silêncio mostra culpa, avaliam petistas

CPMIandressaNa primeira reunião da CPMI que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, após o recesso parlamentar, a mulher do contraventor, Andressa Mendonça, e o ex-policial aposentado José Thomé Neto, acusado de ser araponga do esquema, nada declararam. Os dois alegaram que “exerceriam o direito de permanecer em silêncio”.

Apesar de criticarem a decisão, o líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), o relator do colegiado, deputado Odair Cunha (PT-MG), e o vice-presidente da CPMI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), destacaram que o silêncio não atrapalha o trabalho da Comissão.

“Essa atitude pode até dificultar os trabalhos da CPMI, mas prejudica mais a eles mesmos. Os depoentes tiveram a oportunidade dizer o que sabem e negar o envolvimento com a organização criminosa do  Cachoeira , mas não o fizeram. O silêncio mostra que eles têm culpa no cartório”, analisou Jilmar Tatto. Ainda de acordo com o líder, a CPMI já tem elementos suficientes para provar o envolvimento de diversas pessoas com o esquema, “inclusive do governador de Goiás, Marconi Perillo, que está completamente envolvido nesse caso”.

Para o relator do colegiado, deputado Odair Cunha (PT-MG), as pessoas convocadas para depor na CPMI têm o direito de falar, ou não, mas o que realmente importa para a conclusão dos trabalhos é a investigação de todas as informações já recebidas pela CPMI. “Estamos investigando uma organização criminosa complexa, que tem uma estratégia de defesa organizada. Por isso estamos trabalhando na investigação para furar esse bloqueio da defesa”, destacou.

Como exemplo dessa atuação de defesa, o relator citou o caso do policial José Thomé Neto. Anteriormente, segundo Odair, o policial aposentado havia manifestado a vontade de colaborar, mas na reunião de hoje  não falou. Para o relator, Andressa Mendonça também perdeu a chance de se defender da acusação que pesa contra ela no caso de tentar chantagear um juiz para livrar Cachoeira da prisão. “Esse não é o silêncio dos inocentes. Essa atitude é interpretada pela relatoria como uma confissão de culpa”, afirmou.

Para o vice-presidente da CPMI, Paulo Teixeira, o relator já tem diversas quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal, além de escutas telefônicas feitas pela polícia federal. “Isso já permite um fechamento do quadro para montar uma denúncia. “Vai permitir que a organização do Cachoeira seja desmantelada, e assim, sejam denunciados e levados aos tribunais os agentes públicos e privados envolvidos com a organização, além de permitir a devolução dos recursos desviados”, afirmou.

Héber Carvalho

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