A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga supostas irregularidades na Petrobras aprovou na tarde desta quarta-feira (16) um bloco de 54 requerimentos para convocar pessoas a prestar depoimento ou requerer documentos para acrescer informações aos trabalhos. O relator da CPMI, deputado Marco Maia (PT-SP), explicou que a votação foi possível a partir de um acordo fechado entre os líderes partidários na comissão e priorizou, dentro de um universo de 644 requerimentos que estão na pauta, aqueles que guardam relação direta com o escopo investigativo da CPMI. Foi aprovada ainda a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, e do doleiro Alberto Yousseff, que foram investigados pela operação Lava Jato.
Marco Maia argumentou que a decisão de agrupar os 54 itens em bloco não exclui a possibilidade de apreciação e votação dos demais requerimentos no futuro. “Existem muitos requerimentos que estão em outra direção e não na direção daquilo que está efetivamente para ser investigado pela CMPI. Diante disso, o primeiro procedimento foi separar o que diz respeito à investigação daquilo que, neste momento, não tem relação com ela. Não quer dizer que não possa vir a fazer parte do processo investigativo mais à frente. Até porque não estamos falando em rejeitar requerimentos, mas apenas de aprovar alguns deles agora”, explicou o relator.
O relator afirmou ainda que se, no atual estágio dos trabalhos, a comissão fosse aprovar todos os requerimentos que pedem a investigação da Petrobras sob vários aspectos o processo investigativo se ampliaria de tal maneira que ficaria impossível levá-lo adiante. “Nós, como CPMI, queremos investigar aquilo que está proposto no escopo da comissão. O que não significa que na sequência do processo não vá aparecendo outras questões que devam também ser investigadas”, completou. A partir dessa constatação, Marco Maia disse que foi possível propor o acordo para votação em bloco de requerimentos neste atual estágio da investigação.
Para o deputado Sibá Machado (PT-AC), o acordo foi imprescindível para dar sequência aos trabalhos, já que ainda existe muita informação a ser coletada e muito papel a ser analisado. “A partir disso, vamos votar os demais requerimentos na medida do possível. O importante é o fato de o acordo ter permitido à CPMI dar um grande passo. Tudo foi feito em consenso segundo o interesse da própria investigação”, avaliou Sibá.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), convocou a próxima reunião da comissão para quarta-feira (23), às 14h.
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