Foto: Salu Parente
Depois da manobra da oposição para assumir a presidência da CPMI do Metrô durante a instalação do colegiado no início de agosto, a comissão finalmente deverá definir na próxima terça-feira (2) os nomes do presidente e do vice-presidente que vão conduzir os trabalhos de investigação. O objetivo é apurar o cartel que envolve a atuação de multinacionais no estado de São Paulo durante governos seguidos do PSDB. O esquema – descoberto graças à Justiça da Suíça – teria desviado, para subornos, mais de R$ 500 milhões de obras públicas e de serviços do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Na reunião de instalação, realizada dia 6 de agosto, a oposição usou de todas as artimanhas para impedir o início dos trabalhos. Inicialmente, tentou evitar quórum para abertura da reunião, presidida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) em função de ele ser o parlamentar há mais tempo no Congresso dentre os integrantes da comissão. Na ocasião, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) sequer assinou a ata de presença da sessão, embora fosse o tucano mais ativo na tentativa de sabotar o início dos trabalhos da CPMI.
Sem sucesso na estratégia de evitar o quórum, a oposição partiu para o segundo ataque. Numa atitude de total desrespeito à prerrogativa de as maiores bancadas do Congresso indicarem seus nomes para a presidência e a relatoria de CPIs, o deputado Fernando Francischini (SDD-PR) apresentou candidatura à presidência do colegiado. Importante destacar que o deputado paranaense iniciou a atual legislatura pelo PSDB, mas deixou a legenda para criar o Partido Ecológico Nacional (PEN) e, em 2013, migrou para o recém-criado Solidariedade, que é aliado do PSDB no Paraná.
“A instalação da CPMI é uma conquista muito importante, já que o Congresso Nacional poderá dar uma satisfação à população de São Paulo sobre os atos de corrupção no governo tucano”, comemorou o deputado Renato Simões (PT-SP) O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos autores do requerimento que propôs a criação da CPMI, também comemorou a instalação do colegiado. “É fundamental para que possamos desvendar esse grande esquema de corrupção existente no governo de São Paulo há mais de quinze anos e que desviou recursos públicos que deveriam ter sido destinados à melhoria dos serviços do Metrô e da CPTM”, disse.
PT na Câmara