O deputado Renato Simões (PT-SP) lamentou em pronunciamento no plenário o arquivamento da CPMI do Metrô de São Paulo, cujo prazo de funcionamento terminou no dia 3 de dezembro. A CPMI foi instalada em agosto deste ano para investigar o esquema de corrupção que funcionou no metrô de São Paulo durante quase vinte anos de governos tucanos no estado. O colegiado, entretanto, sequer realizou eleição para escolha do presidente e relator.
De acordo com Renato Simões, o sentimento é de frustração. “Pois a CPMI findou melancolicamente os trabalhos na última sexta-feira, vencido o prazo da sua instalação, sem sequer uma única reunião. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, juntos, não são capazes de implementar uma CPMI para dar satisfação ao povo de São Paulo e ao povo brasileiro. Recursos da União foram malbaratados no Estado de São Paulo, deveriam estar sendo utilizados para o transporte coletivo de massas e foram parar em contas na Suíça e em financiamentos de campanhas, denúncias não apuradas por este Parlamento”, frisou o petista.
Renato Simões classificou como “absurdo” o posicionamento de parlamentares tucanos que insistem em discursos sobre corrupção, quando seus partidos são personagens nos escândalos de corrupção dos governos tucanos de São Paulo. “É um absurdo que tenhamos de ouvir aqui sucessivos discursos sobre corrupção no Governo Federal de partidos que estão involucrados até a alma na corrupção paulista e que se negam a dar quórum para o funcionamento da CPMI do Metrô”, disse.
“No mesmo dia em que a CPMI foi arquivada, foi anunciado o indiciamento de 33 altos funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e do metrô do governo do estado de São Paulo. Bloqueia-se 60 milhões de reais em contas dessas pessoas; avalia-se em 430 milhões de reais os prejuízos ao Estado de São Paulo por esse esquema conjunto do cartel liderado pela Alstom, pela Siemens, com autoridades de São Paulo”, explicou o parlamentar petista.
Gizele Benitz
