CPMI do Golpe aprova convocação do coronel Jean Lawand Júnior, que tramou golpe com Mauro Cid, e mais duas pessoas. Parlamentares do PT assinam requerimento para que Marcos do Val deixe a comissão;
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro aprovou, na sessão desta segunda-feira (20), a convocação do coronel Jean Lawand Júnior, flagrado clamando por um golpe de Estado em mensagens armazenadas no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
A maioria das mensagens de Lawand foram enviadas a Cid em dezembro de 2022. Encontradas pela Polícia Federal, foram reveladas pela revista Veja em 15 de junho. Nelas, Lewand defende um golpe de Estado. “Cadê a ordem Cid? Pelo amor de Deus. Convença o 01 a salvar esse país. Abraço”, disse Lawand em mensagem de 7 de dezembro. Cid respondeu: “Estamos na luta”.
Em 10 de dezembro, ambos seguiram com a trama golpista. “Cid, pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem! Se a cúpula do Exército não está com ele, de divisão pra baixo está. Assessore e dê-lhe coragem. Pelo amor de Deus”, disse o subchefe do Estado-Maior.
“Muita coisa acontecendo… passo a passo…”, respondeu Mauro Cid, para alegria de Lawand, que mandou um “Excelente” como resposta.
Além de Lawand, foram convocados o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias e Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Ficou acertado, no entanto, que essas duas outras testemunhas serão chamadas mais perto do fim da investigação, que está seguindo uma ordem cronológica nas investigações, iniciando os depoimentos com os suspeitos de articular o golpe. As convocações foram aprovadas antes de os parlamentares da CPMI do Golpe interrogassem o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.
Substituição
Logo no início da sessão, o deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciou que um pedido de substituição do senador Marcos do Val (POD-ES) na CPMI. Assinado por 16 parlamentares e dirigido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o documento argumenta que há conflito de interesse ao se permitir que um investigado possa estar na CPMI. Do Val foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal no último dia 16.
“A legitimidade da Comissão poderá ficar em xeque. É difícil que o STF remeta para cá assuntos sigilosos que digam respeito ao que está sendo investigado sobre o senador Marcos do Val. Investigado não investiga”, alertou Correia ao declarar como inaceitável a presença, na CPMI, de um senador que abertamente pregou a ruptura do Estado Democrático de Direito.
Uma foto vale mais que mil palavras
📸 Alessandro Dantas/PT no Senado pic.twitter.com/IBHHwdgkjn
— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) June 13, 2023
Redação da Agência PT