CPI ouve fiscal de contrato da Covaxin e vota quebra de sigilo de Barros

Foto: Roberto Stuckert Filho

A CPI da Covid retomará os trabalhos, nesta terça-feira (6), determinada a esclarecer de uma vez por todas o esquema de corrupção montado pelo governo Bolsonaro em torno da compra da vacina indiana Covaxin.

A partir das 9h, os senadores da comissão parlamentar de inquérito colherão o depoimento da servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos que deu prosseguimento à compra do imunizante mesmo com indícios de irregularidade presentes na nota fiscal.

Além disso, a CPI votará a quebra de sigilo de algumas pessoas, incluindo o do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), apontado como um dos articuladores do esquema.

Regina Célia foi citada na CPI durante os depoimentos do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, o servidor público Luis Ricardo Miranda, que denunciaram a fraude na compra da Covaxin diretamente para o presidente Jair Bolsonaro, que nada fez para impedir a ladroagem.

Segundo Luis Ricardo, a servidora permitiu que a negociação fosse adiante mesmo sem que todos os erros encontrados fossem corrigidos — a beneficiária da nota continuou sendo a Madison Biotech, empresa que não constava do contrato. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), autor de um dos requerimentos de convocação de Regina Célia, ouvi-la é “fundamental para esclarecer as suspeitas de corrupção”.

Além de ouvir a fiscal de contratos, os senadores pretendem votar uma série de quebras de sigilos bancários e telemáticos, incluindo o de Ricardo Barros, que, segundo o deputado Luis Miranda, foi citado por Bolsonaro como uma das pessoas por trás da negociação da Covaxin.

Barros manifestou o desejo de depor logo à CPI da Covid, o que foi percebido pelos integrantes da comissão como uma tentativa de abafar o caso. “Parece que ele quer falar logo para abafar o escândalo, para que novas pessoas que vão falar não o incriminem ou confirmem as denúncias feitas contra ele. A CPI deve solenemente ignorar essa preocupação do deputado. Iremos chamá-lo quando acharmos mais adequado”, disse Humberto Costa à CNN Brasil.

Os senadores devem votar ainda a quebra de sigilo fiscal do deputado Luis Miranda; do policial militar Luiz Paulo Domiguetti, que se apresentou como intermediador de outra venda suspeitíssima de vacinas ; e o empresário Cristiano Alberto Carvalho, CEO da Davati Medical Supply, empresa que Dominguetti disse representar.

Redação da Agência PT, com informações da Agência Senado

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também