CPI Incra/Funai: Tatto cobra debate qualificado por parte da bancada ruralista

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Em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga na Câmara a atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), na quinta-feira (3), o deputado Nilto Tatto (PT-SP) cobrou da bancada ruralista um debate mais qualificado. A cobrança ocorreu após a exposição do sociólogo e jornalista mexicano Lorenzo Carrasco sobre a questão indígena brasileira.

“Gostaria de pedir à bancada ruralista para qualificar o debate. Se queremos discutir, de fato, o funcionamento do Incra e da Funai, é preciso ver o que é necessário avançar para melhorar a atuação desses órgãos”, cobrou Tatto.

O petista classificou de “viagem” a exposição do convidado mexicano, baseada no livro “Indigenismo: Um cocar de mentiras”, de autoria do jornalista. O deputado afirmou que desde 1991, Carrasco comparece a debates no Congresso Nacional, sempre a convite da bancada ruralista. Em sua intervenção, o jornalista se posicionou frontalmente contrário às bandeiras indígenas e não respeitou a soberania brasileira, ao dizer que a política indigenista do País foi formulada no exterior por entidades alheias ao Brasil. “No momento da escolha dos debatedores, que se traga gente séria que não venha aqui fazer viagem”, criticou Tatto.

Nilto Tatto lembrou que há mais de 40 anos a população indígena no Brasil vinha diminuindo seguidamente, mas a situação se inverteu a partir da atuação de organizações como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Comissão Pastoral da Terra (CPT). “As organizações começaram a trabalhar a questão indígena, o Brasil passou a respeitar os índios e a população indígena voltou a crescer”, afirmou o deputado, reconhecendo o papel das entidades que defendem a causa dos índios brasileiros.

OIT – A ideologia ultraconservadora de Lorenzo Carrasco também o leva a se posicionar contra a Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho (OIT), que trata dos direitos dos povos indígenas e tribais e é reconhecida como um dos mais importantes instrumentos de direitos humanos relativos aos povos autóctones.

Benildes Rodrigues

Foto: Lúcio Bernardo Jr.

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