CPI deve ouvir delatores que acusam tucano Aécio Neves de receber propinas

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Dois investigados pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, poderão ser chamados a depor na CPI dos Fundos de Pensão: Fernando Horneaux de Moura e Carlos Alexandre de Souza Rocha. Em recente depoimento ao juiz federal Sergio Moro, Fernando Moura disse que em Furnas – durante o período em que a estatal era controlada pelo senador Aécio Neves (PSDB­MG), presidente nacional do PSDB – ocorria um esquema de pagamento de propina com divisão que incluía o tucano.

“É um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio”. Essa foi a afirmação que Moura disse ter ouvido de Dimas Toledo – que ocupava a diretoria da estatal por indicação de Aécio Neves. A declaração, segundo o investigado, foi dada como resposta a um questionamento do Ministério Público Federal, durante novo depoimento prestado ao juiz em Curitiba, na quarta-feira (3).

O deputado Enio Verri (PT-PR), que é autor do requerimento de convocação de Fernando Moura, protocolado nesta quinta-feira (4) na CPI, explica a necessidade de ouvi-lo, já que há possiblidade de abrir uma nova linha de investigação sobre os fundos de pensão. “Furnas também tem seu fundo de pensão, e queremos ver até que ponto essas novas informações podem apontar indícios de influência desse esquema sobre o fundo”, detalhou o deputado.

Verri pontuou ainda que, aos poucos, a Justiça, embora de uma forma demorada, começa a mostrar as falcatruas do PSDB. Dentro desse contexto, segundo o parlamentar, a CPI tem um papel fundamental no sentido de aprofundar a investigação. “Vale destacar que não é a primeira vez que o PSDB e Aécio são citados na Lava-Jato”.

Outro episódio em que o tucano foi mencionado como um dos destinatários de propina ocorreu durante depoimento de Carlos Alexandre de Souza Rocha, que também poderá ser ouvido pela CPI. Amigo do doleiro Alberto Youssef, Carlos Alexandre – também conhecido como Ceará – disse em depoimento na Procuradoria-Geral da República que, por volta de setembro ou outubro de 2013, fez uma entrega de R$ 300 mil no escritório da UTC no Rio de Janeiro para um diretor de nome “Miranda”.

Tratava-se de Antonio Carlos D’Agosto Miranda, diretor superintendente da UTC no Rio de Janeiro. Segundo Carlos Alexandre, Miranda teria confessado que estava ansioso pela chegada daquele dinheiro, já que estava sendo “muito cobrado”. Ao ser perguntado “por quem?”, o diretor da UTC teria respondido: “Aécio Neves”, que seria o “mais chato para cobrar”.

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