CPI das Órteses e Próteses aprova relatório final e propõe criminalização de práticas irregulares

odoricomonteiro luizAlves
 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Máfia das Órteses e Próteses, na Câmara dos Deputados, aprovou nesta quarta-feira (15/7), por unanimidade, o relatório final dos trabalhos desenvolvidos pelo colegiado nos últimos 118 dias, período em que foram apuradas irregularidades no mercado de dispositivos médicos implantáveis e elucidadas condutas antiéticas relacionadas aos procedimentos médicos de colocação desses produtos sem necessidade nos pacientes.

 

O documento de 257 páginas traz um diagnóstico detalhado sobre o funcionamento do setor no Brasil, apresenta um conjunto de projetos de lei e de recomendações para coibir fraudes no mercado de implantes médicos. Também traz sugestões para modernizar e regulamentar práticas comerciais abusivas e aumentar a transparência no mercado.

 

O deputado Odorico Monteiro (PT-CE), sub-relator da CPI, destacou projeto que criminaliza a corrupção privada. “Estamos tipificando algo que não existia na legislação brasileira que é a corrupção privada. Antes um médico recebia propina e isso não era considerado crime”, ressaltou. “Estamos propondo um novo instrumento para coibir esse tipo de prática lesiva à população brasileira”, completou o parlamentar.

 

De acordo com Odorico, hoje, essa conduta entre médicos e empresários é condenada apenas no código da ética profissional. A proposta altera o Código Penal (Decreto-Lei 2848/40) para criminalizar a cobrança de vantagens na indicação de marcas específicas de implantes, especificamente no setor privado. Hoje, essa prática é considerada crime apenas quando envolve prejuízo aos cofres públicos, explicou o deputado.

 

Com o objetivo de evitar a formação de cartéis regionais e a prática do uso diferenciado de preços no Brasil e no exterior, o deputado Odorico, ressaltou outro projeto de lei que amplia as competências da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), para tratar também de dispositivos médicos.

 

“Estamos propondo que a CMED também incorpore os dispositivos médicos implantáveis para que com isso a gente possa ter uma precificação nacional que regule o setor e crie uma racionalidade para o processo de aquisição e comércio desses equipamentos”, justificou o parlamentar, ao exemplificar que um mesmo dispositivo médico é vendido por um mesmo distribuidor por R$ 2,5 mil para o SUS e por R$ 6, R$ 7 mil para os planos de saúde e o setor privado.

 

Outro problema verificado na CPI, segundo Odorico, é a ausência de uma política nacional de capacitação e treinamento para a implantação desses dispositivos. “Estamos propondo a criação de um Sistema de Educação Permanente nessa área de dispositivos médicos implantáveis como forma de impedir que o médico fique refém da própria indústria e dos distribuidores, pois verificamos que são eles que treinam os médicos, atualmente, o que acaba por criar uma relação de fidelização desse profissional com a indústria, diminuindo a concorrência e criando um ambiente favorável a prática de cartel”, explicou Odorico.

 

“Não tenho dúvidas de que o conjunto de contribuições apresentadas pelo relatório irão contribuir muito para coibir práticas lesivas à saúde da população brasileira”, disse Odorico, ao afirmar que a CPI já deixou um grande legado para o País, ao citar a redução dos preços dos equipamentos e do número de cirurgias desnecessárias.

 

De acordo com Odorico, os trabalhos da Comissão não terminam com a apresentação do relatório final, uma vez que o colegiado propôs a criação de uma Comissão Especial para continuar estudando o processo de inovação e incorporação tecnológica no setor, além de continuar empenhada para que as recomendações sejam cumpridas e os projetos aprovados com celeridade pelo Congresso Nacional. “Vamos continuar trabalhando para que esse novo marco regulatório possa beneficiar o quanto antes o conjunto da população brasileira”, finalizou.

 

Denúncia – A CPI surgiu a partir de denúncias exibidas no início deste ano em reportagem do programa “Fantástico”, da Rede Globo. Na ocasião, foram apresentadas denúncias de médicos que obrigavam pacientes a passar por cirurgia e implantes, muitos deles sem as devidas necessidades clínicas. Os profissionais receberiam dos fabricantes um percentual que varia de 15% a 50% do valor dos produtos implantados, entre outras irregularidades.

 

Assessoria Parlamentar

Foto: Luiz Alves/Agência Câmara

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100