Ao avaliar, nesta terça-feira (19), o quadro catastrófico da pandemia da Covid-19 no Brasil, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), que é médico infectologista e ex-ministro da Saúde na gestão da presidenta Dilma Rousseff, afirma que a saída para combater a contaminação e o aumento do número de mortes pelo coronavírus, só com a interdição do projeto genocida de Bolsonaro.
De acordo com Padilha, os dados divulgados na segunda-feira (18) são preocupantes. Para ele, o Brasil avança rapidamente em número de infectados e de óbitos por Covid-19. O levantamento aponta que o País já ultrapassa a marca de 250 mil casos e se aproxima das 17 mil mortes. Em escala global, o Brasil é o terceiro país do mundo com maior número de casos de Covid-19.
“À oposição só cabem duas coisas: de um lado, “fora Bolsonaro”, interditá-lo. O Congresso Nacional e o Poder Judiciário devem avançar nas medidas que impeçam Bolsonaro de dar continuidade ao seu projeto genocida, na sua presença enquanto presidente da República e suas atitudes”, argumentou Padilha.
Outro aspecto destacado pelo ex-ministro diz respeito à oposição no Congresso. Ele defende avanço em questões decisivas nesse momento da pandemia, uma vez que, segundo ele, não se pode contar com o Ministério da Saúde como aliado no combate à doença. Para Padilha, isso significa a conquista da fila única dos leitos de hospitais públicos e privados serem controlados pelo SUS, pelos governos locais e governos estaduais.
Padilha reforça também como medida de combate ao Covid-19, o licenciamento compulsório dos medicamentos e das vacinas que possam surgir. Além disso, explica o parlamentar, a aprovação de critérios nacionais rígidos, claros para a retomada das atividades econômicas sem colocar em risco a população.
O ex-ministro da Saúde reitera que a oposição no Congresso Nacional, por um lado tem que intensificar as ações que interditam Bolsonaro e, ao mesmo tempo, deve assumir a responsabilidade de aprovar projetos que garantam os recursos, lutar para que os hospitais privados sejam acessíveis ao conjunto da população, que as descobertas científicas sejam acessíveis através do licenciamento compulsório e que o País tenha “diretrizes nacionais claras para impedir uma retomada genocida das atividades econômicas”.
O projeto (PL 2430/2020) – ‘Plano Protege Brasil’ – apresentado por Padilha, coloca uma barreira ao propósito genocida de Bolsonaro. A matéria prevê retorno gradual das atividades sociais e econômicas no contexto do enfrentamento da pandemia provocada pela Covid-19.
Projeto 2022
O parlamentar lembrou que a postura de Bolsonaro sempre deixou claro que ele não tem o menor compromisso com a vida, e vai destruir qualquer um que ele considere obstáculo ao seu projeto genocida. “Bolsonaro faz o seguinte cálculo: uma pandemia como essa só se encerra quando 70 ou 80% da população estiverem infectadas, por isso ele quer infectar as pessoas o mais rápido possível pra poder recuperar sua atividade econômica, para poder chegar em 2022 em condições de disputar a Presidência da República. Ele quer o caos social no País para poder avançar em suas medidas autoritárias”, denunciou Alexandre Padilha.
Benildes Rodrigues