O Brasil deve atingir nas próximas horas a triste marca de 100 mil mortos pela Covid-19. Ao avaliar, nesta sexta-feira (7), essa realidade cruel e desumana, o líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, deputado Enio Verri (PR), disse que o lamento e a tristeza pela perda de entes queridos de milhares de famílias brasileiras não comovem, não sensibilizam o presidente Jair Bolsonaro, que desde o início da pandemia trata a doença como se ela não existisse, como se fosse uma “gripezinha”.
Até esta quinta-feira (6), o Brasil havia contabilizado 98.644 óbitos registrados e 2.917.562 pessoas contaminadas pela Covid-19. Para o líder petista, essas mortes têm nome, sobrenome e o DNA do presidente da República.
“Jair Bolsonaro, você é responsável por essas mortes e você vai pagar por isso. Algum dia você vai pagar pelos crimes que você está cometendo, nesse momento triste, só há uma coisa a dizer: Fora, Bolsonaro”, afirmou Enio Verri.
Na opinião de Verri, o povo que se manifesta por várias cidades do País, nesta sexta-feira, em ato simbólico promovido pela CUT e movimentos sociais, tem todo o apoio da Bancada do PT no Parlamento. “Os movimentos sociais que em todo Brasil fazem esse grande grito de ‘fora Bolsonaro’, pela vida e pelo emprego tem nosso apoio. Não podemos mais suportar tanto desrespeito à vida da população brasileira”.
Embargado pela tristeza e comoção que esse fato acarreta, o líder petista observou que a pandemia atinge o mundo todo, mas que aqui no Brasil ela age de forma rápida e intensiva por causa da incompetência e inoperância do governo Bolsonaro, “que se mostra insensível a vida do povo, em especial dos mais pobres, que estão muito mais acessíveis a contaminação e, lógico, mais acessíveis ainda a morte que se aproxima a cada dia”.
Desrespeito
O desrespeito, o desdém de Bolsonaro em relação à doença, criticada pelo líder do PT voltou a se repetir, nesta quinta-feira (6). Ao ser questionado sobre o fato de o Brasil chegar a 100 mil mortes pelo coronavirus, Bolsonaro simplesmente respondeu ‘Vamos tocar a vida’.
“A gente lamenta todas as mortes, já está chegando ao número 100 mil, talvez hoje. Vamos tocar a vida. Tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema”, declarou Bolsonaro, ao lado do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
Não é a primeira vez que o presidente da República solta frases sem qualquer traço de empatia com a família das vítimas. Frases como “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, “Ô, cara, quem fala de… Eu não sou coveiro, tá certo?” ou “a morte é o destino de todo mundo”, fazem parte do repertório de Bolsonaro no tratamento de uma pandemia que, segundo especialistas, ainda poderá ceifar cerca de 200 mil vidas.
Para o deputado Enio Verri, este é um momento de muita tristeza e solidariedade aos familiares daqueles que perderam seus entes queridos e àqueles que estão contaminados nesse momento. Mas, segundo ele, é um momento também para denunciar esse presidente da República que “não acredita nessa doença, que não acredita que a população está morrendo ou, se acredita, não faz nada para evitar”.
“Afinal, para ele era apenas uma ‘gripezinha’, e acaba indicando remédio que a própria ciência nega e, principalmente, nega a importância de isolamento social. Ele ainda vai pagar por isso”, sentenciou Enio Verri.
Benildes Rodrigues