O comportamento irresponsável do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus confirma o título de “idiota mais perigoso do mundo” que lhe foi dado por uma publicação da Suíça. A postura dele contrária ao isolamento social preconizado pela Organização Mundial da Saúde e o próprio Ministério da Saúde tem colocado em risco a vida de milhões de brasileiros.
Parlamentares da Bancada do PT na Câmara e no Senado têm reagido duramente à leviandade de Bolsonaro nas redes sociais e em discursos das sessões virtuais que têm sido realizadas pela Casa. Houve também, por parte da Bancada, denúncias em diferentes organismos da Organização das Nações Unidas e no âmbito da Organização dos Estados Americanos.
Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Bolsonaro é o “infectador-geral da República” ao circular por ambientes públicos. Ele lembrou que no último dia 11, na inauguração de um hospital em Águas Lindas de Goiás, o governador goiano Ronaldo Caiado só cumprimentou Bolsonaro depois de obrigá-lo a passar álcool em gel nas mãos. Teixeira disse que Bolsonaro é um “criminoso”, pois estimula a concentração de pessoas, “aumentando o risco de contágio” e colocando a saúde delas em risco.
Constantemente, Bolsonaro abusa do cargo que tem e sai em Brasília a passeio por áreas comerciais e residenciais, em claro desrespeito às recomendações da OMS que o governo local tem seguido à risca. Sem máscara e sem higienização, cumprimenta com as mãos seguidores bolsonaristas. Mas a população já se mostrou cansada, pois a molecagem de Bolsonaro tem sido seguida de protestos com palavrões e panelaços.
Genocida
Diferentes entidades e atores políticos já pediram exame de sanidade mental de Bolsonaro. A Associação dos Juízes para a Democracia encaminhou denúncia ao Tribunal Penal Internacional, na Holanda, por crime contra a humanidade e pelas atitudes irresponsáveis que tomou ao colocar a vida da população brasileira em risco, em meio à pandemia do novo coronavírus.
Louco da caserna
O senador Humberto Costa (PT-PE) fez uma recordação bem apropriada ao momento: “Bolsonaro é um incendiário. Sempre foi, desde os tempos de quartel, quando planejava atentados a bomba. Também como o deputado inútil que foi, fazendo elogio a torturador, impunemente. Ele não enlouqueceu de repente: nada mudou desde os tempos de caserna.”
O líder da bancada, Enio Verri (PR), criticou duramente Bolsonaro por fazer diuturnamente propaganda de medicamento (cloroquina) “ainda sem eficácia comprovada contra o vírus” e por fazer “guerrinha de vaidade e demonstração de força política” com o ministro da Saúde Henrique Mandetta. “É escandalosa a falta de respeito com as milhares de vidas que serão ceifadas em meio à macabra disputa por um prêmio do qual ninguém se orgulha”.
Irresponsável
A ONG Human Rights Watch fez duras críticas à atuação de Bolsonaro na crise sanitária devido ao novo coronavírus e afirmou que, além de agir de forma “irresponsável”, o presidente está colocando os brasileiros em “grave perigo”. As afirmações constam de um relatório publicado no último fim de semana pela organização, que atua na defesa e na realização de pesquisas sobre os direitos humanos.
“O Presidente Jair Bolsonaro está colocando os brasileiros em grave perigo ao incitá-los a não seguir o distanciamento social e outras medidas para conter a transmissão da COVID-19, implementadas por governadores no país inteiro e recomendadas por seu próprio Ministério da Saúde”, diz o relatório.”
Por isso, o líder da Minoria no Congresso, Carlos Zarattini (PT-SP), tem usado a hashtag #forabolsonaro, por entender que o capitão-presidente “o representa um desastre para o Brasil” e que “cada dia a mais desse governo é um dia de desespero para o povo do nosso país!”
Energúmeno
Já Rogério Correia (PT-MG) não economiza adjetivos para criticar Bolsonaro: “Genocida!; Assassino!; Energúmeno!; Nojento!; Vagabundo!; Cretino!; Mau caráter!; Fascista!”. E acrescenta: “seu erro é o de dar força ao vírus e propor contágio geral para não parar a economia. Sei que é limitado, mas está exagerando na burrice. Apoie as empresas e os trabalhadores na quarentena. Quer que desenhe?”
A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), recomendou a Bolsonaro governar e/ou ficar em casa, em vez de boicotar a política de isolamento adotada hoje em todo o mundo como forma de achatar a curva de crescimento do coronavírus. “A irresponsabilidade desse homem é ilimitada. Por que ele tem de ficar andando pelas ruas de Brasília? Aglomerando gente, submetendo as pessoas ao risco? Fazendo disputa política o tempo inteiro?! Vc não ajuda, então não atrapalhe”, escreveu ela no Twitter.
Falta de respeito com o povo
O deputado e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) também criticou duramente a conduta de Bolsonaro, seus seguidores e alguns ministro do atual governo. “A falta de respeito com o povo não tem limites! Desgoverno Bolsonaro faz piada com morte dos brasileiros e brasileiras por causa do coronavírus”, denunciou. “A cada dia que passa é notório que o atual governo não se preocupa com a vida da população e minimiza as consequências da pandemia”.
A deputada Natália Bonavides (PT-RN) denunciou que os “irresponsáveis que comandam o governo só se preocupam com cargo e poder” e “desdenham do sofrimento e menosprezam que VÃO MORRER SÓ 4 MIL de coronavírus”. Ela se referiu a uma conversa divulgada pela imprensa entre o atual e o ex-ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM) e Osmar Terra (MDB), na semana passada. “A irresponsabilidade de vocês em minimizar tudo isso contribui pra o aumento desse número a cada dia. Parem!”, exclamou a deputada.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) defende a tese de que “já está claro para o Brasil e para o mundo: Bolsonaro não tem condições de comandar esse país!”, enquanto a deputada Margarida Salomão (PT-MG) criticou o ministro Mandetta por tentar “amenizar toda a série de falas e ações irresponsáveis e criminosas de Bolsonaro. Ele deve condená-las. Não há outra postura aceitável. A Covid-19 não irá se sensibilizar por isso.”
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) observou que o jornal inglês The Guardian apontou que especialistas disseram temer que o “homenageador de milicianos possa estar acelerando o país em direção a uma devastadora crise de saúde pública. “O presidente da República trabalhou durante esses 50 dias na sua tecla preferencial, que é dividir o povo brasileiro e lançar falsas polêmicas que não trazem solução para os problemas que temos que enfrentar.
Redação PT na Câmara