O ritmo da atividade econômica no País se intensificou no primeiro trimestre de 2013, segundo avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom). A aceleração no ritmo de crescimento ocorre “a despeito de limitações no campo da oferta”, afirma o Comitê, segundo a ata de sua última reunião, divulgada na quinta-feira (25).
O Copom destaca que informações recentes apontam a retomada do investimento e uma trajetória de expansão, mais alinhada com o crescimento potencial. A demanda doméstica por bens e serviços continuará impulsionada pelos efeitos defasados de reduções da taxa básica de juros, a Selic, feitas anteriormente. A procura por bens e serviços também é estimulada pela “expansão moderada” da oferta de crédito, tanto para famílias como para empresas.
“Adicionalmente, a atividade doméstica continuará a ser favorecida pelas transferências públicas, bem como pelo vigor do mercado de trabalho, que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários, apesar de certa acomodação na margem”, acrescentou o comitê na ata. Ainda segundo o colegiado, informações recentes apontam retomada do investimento e uma trajetória de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) “mais alinhada com o crescimento potencial” no horizonte relevante de tempo.
O comitê voltou a afirmar que vê perspectivas de intensificação dos investimentos e de recuperação da produção industrial em função dos programas de concessão dos serviços públicos, dos estoques em nível ajustado e da gradual recuperação da confiança dos empresários.
De acordo com a ata do Copom, o momento econômico pede uma política monetária “especialmente vigilante” para o controle da inflação. Esse teria sido o fundamento para a elevação da Selic em 0,25 ponto percentual, para 7,50% ao ano, decisão tomada com a maioria dos votos do Comitê, inclusive o do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Dois diretores do Copom, Luiz Awazu Pereira, de Assuntos Internacionais, e Aldo Mendes, de Política Monetária, votaram pela manutenção da taxa básica de juros em 7,25% ao ano, por entenderem que está em curso uma “reavaliação do crescimento global” e que, dependendo da intensidade e da duração, tal processo “poderá ter repercussões favoráveis sobre a dinâmica dos preços domésticos”.
Para o BC, o cenário internacional ainda é “frágil” e se apresenta como fator de contenção da demanda agregada da economia brasileira. De modo geral, as perspectivas de atividade global moderada mantiveram-se inalteradas, embora o comitê agora veja uma “tendência de intensificação ao longo do horizonte relevante”, o que não estava na ata da reunião anterior.
Em outro trecho adicionado ao texto, a nova ata também reconhece que “há avanços localizados nas economias maduras”, apesar do já antes mencionado limitado espaço para utilização da política monetária e restrição fiscal nesses países neste e nos próximos anos.
Foi mantido também o entendimento de que os riscos para a estabilidade financeira global permanecem elevados. Neste contexto, embora veja baixa probabilidade de ocorrência de eventos externos nos mercados financeiros internacionais, o Copom pondera que “o ambiente externo permanece complexo”.
Agências Senado