Jair Bolsonaro não abre mão de ajudar os empresários amigos, nem que para isso tenha de ameaçar a vida dos brasileiros. Eleito com o auxílio de um esquema ilegal de disparos de fake news financiado por empresas, Bolsonaro, sempre que pode, dá uma mãozinha ao setor privado mais alinhado a ele. Foi o que fez no domingo (13).
Dias depois de se relevar que Bolsonaro agiu para que empresas comandadas por apoiadores obtivessem recursos para produzir hidroxicloroquina, o atual presidente fez um post nas redes sociais divulgando duas das companhias que mais lhe dão apoio: o SBT e a Havan. Na postagem, Bolsonaro aparece com a camisa de um time de futebol patrocinado pela rede de lojas enquanto aponta para o logo da emissora na tela de uma tevê, onde assistia a um jogo da Copa América.
A imagem resume bem como Bolsonaro coloca o interesse dos amigos à frente do dos brasileiros. Apesar de todas as recomendações contrárias à realização da competição no país, Bolsonaro disse sim ao campeonato, justamente no ano em que os direitos de transmissão foram comprados pelo SBT, cujo dono, Silvio Santos, já chamou Bolsonaro de “patrão” e emplacou o genro, Fábio Faria, como Ministro das Comunicações.
Fazendo a tabelinha com o SBT nessa verdadeira Copa da Morte, aparecem como patrocinadores da transmissão a Havan e o Madero. Esta tem como dono Junior Durski, apoiador de Bolsonaro desde a campanha de 2018. Já a Havan é de Luciano Hang, antigo parceiro de Bolsonaro e apontado como um dos financiadores dos disparos de mensagens ilegais na campanha.
Fica cada vez mais claro que a relação de Bolsonaro com parte do empresariado brasileiro não é republicana. Não foi na campanha e não foi na promoção da cloroquina, como já se comprovou. No episódio da Copa América, algo também cheira mal.
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