Movimentos sociais, centrais sindicais e integrantes de partidos progressistas lançaram no sábado (5), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a Frente Brasil Popular. A frente terá, entre outros objetivos, a defesa da democracia e do mandato constitucional da presidenta Dilma Rousseff.
O evento teve atividades ao longo de todo o dia com o objetivo de consolidar uma frente de esquerda que vem mobilizando diversas organizações sociais nos últimos meses. A intenção é também ser uma resposta à onda conservadora que ganhou corpo nas redes sociais e na política do País. As entidades defendem reformas política, tributária, do Poder Judiciário e dos meios de comunicação.
O encontro ocorreu em forma de conferência, onde foi estabelecida uma pauta mínima e consensual dos movimentos que compõem a frente. O documento foi construído com base em seis pontos: defesa dos direitos dos trabalhadores, dos direitos sociais, da democracia, da soberania nacional, dos processos de integração latino-americana – como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o Mercosul – e luta por reformas estruturais.
Para o deputado Padre João (PT-MG), a frente é de extrema importância para derrotar as forças conservadoras, defender as liberdades democráticas, garantir os direitos e efetivar as reformas estruturais. “É preciso mobilizar e organizar todos os setores populares em torno dessa plataforma política”, disse.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) destacou a defesa do direito dos trabalhadores, do povo brasileiro, da democracia e da soberania nacional. “São pontos fundamentais para fortalecer o País e as conquistas que tivemos desde 2003, com o PT”, afirmou.
A presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e dirigente da CUT no estado, Beatriz Cerqueira, disse que a iniciativa de construir uma frente reforça a “capacidade de articular consensos, definir pautas convergentes e fortalecer as lutas nas ruas”.
“A ofensiva das forças conservadoras assume diversas formas, entre elas, a tentativa de derrubar, sabotar e também impor ao governo o programa dos que foram derrotados nas eleições presidenciais de 2014, seja com um programa de ajuste que gera desemprego e recessão, seja com uma ‘agenda Brasil’, que destrói os direitos inscritos na Constituição de 1988, ou no exemplo da lei supostamente antiterrorismo cujo alvo real é a mobilização social”, defende a frente.
Pré-sal – Outro objetivo do grupo é impedir a mudança no sistema de exploração do pré-sal e de qualquer medida que ponha em risco a Petrobras. “O povo é o verdadeiro dono do petróleo, do pré-sal e das riquezas naturais. Vamos impedir a entrega de nosso petróleo às transnacionais”. Os movimentos esperam reunir dois mil representantes neste final de semana.
Orlando Guilhon, secretário de Organização do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) avaliou que o momento exige a união dos movimentos sociais. “A conjuntura está nos colocando uma série de demandas e tarefas urgentes, como a luta contra o fim da partilha do pré-sal, financiamento empresarial de campanha e uma pseudo reforma política sem nenhuma participação social, redução da maioridade penal, ajuste fiscal e outras. Por isso, mais do que nunca, precisamos aprofundar a transversalização das nossas lutas”.
Embora ainda não tenha um calendário de ações definido, a primeira mobilização da frente deve ser realizada no início de outubro, quando a Petrobras completa 62 anos, contra a proposta do senador José Serra (PSDB-SP) de alterar a lei que rege o pré-sal.
Entre outras entidades, compõem a frente as centrais CUT e CTB, o MST, a Via Campesina, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Federação Única dos Petroleiros (FUP), União Nacional dos Estudantes (UNE), Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, Marcha Mundial das Mulheres, Associação de Juízes pela Democracia, Pastorais Sociais, Central de Movimentos Populares (CMP) e dirigentes de diversos partidos.
Equipe PT na Câmara, com Rede Brasil Atual
Foto: Salu PArente