No mês passado, o superávit primário foi de R$ 16,185 bilhões, o equivalente a 6,07% do Produto Interno Bruto (PIB), e o resultado nominal – que usualmente é deficitário – foi positivo em R$ 2,201 bilhões. Tanto o resultado fiscal primário (economia antes do pagamento de juros) como o nominal (saldo após o gasto com juros) do setor público foram os segundos melhores da série histórica do Banco Central, iniciada em 1991, evidenciando a disposição do governo de reverter os impulsos fiscais à economia. Somente janeiro de 2008, quando o governo reforçou a política fiscal para tentar evitar o superaquecimento da economia, foi melhor em termos fiscais.
Em janeiro de 2008, o melhor mês da história, o primário foi de R$ 20,892 bilhões e o superávit nominal, de R$ 7,620 bilhões. O resultado primário do mês passado ficou dentro do intervalo previsto por analistas consultados pelo AE Projeções, que ia de R$ 12,5 bilhões a R$ 18 bilhões, com mediana de R$ 16,7 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, informou que o superávit nominal registrado em janeiro é o primeiro observado desde outubro de 2008, no início da crise financeira internacional, quando o setor público consolidado conseguiu superávit nominal de R$ 9,502 bilhões. Apesar desse resultado, Altamir avalia que ainda não foram superados todos os efeitos da crise internacional sobre as contas públicas brasileiras. Ele citou como exemplo o superávit primário acumulado em 12 meses até janeiro, de 2,32% do PIB, patamar ainda inferior ao observado antes do auge da crise internacional.
Dívida líquida – O indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB manteve trajetória de queda em janeiro e atingiu 41,7% no mês passado. O número representa um montante de R$ 1,317 trilhão. O porcentual da dívida líquida sobre o PIB é inferior ao observado em dezembro de 2009, quando a proporção estava em 42,9%.
Juros – Os gastos com juros do setor público consolidado em janeiro de 2010 somaram R$ 13,983 bilhões, ante R$ 14,855 bilhões em janeiro de 2009, segundo dados divulgados pelo Banco Central. No mês passado, o governo central pagou R$ 11,758 bilhões em juros; os governos regionais, R$ 2,007 bilhões e as empresas estatais, R$ 218 milhões.
Em 12 meses até janeiro, o gasto com juros nominais do setor público consolidado soma R$ 168,268 bilhões, o equivalente a 5,32% do PIB. Em 12 meses até dezembro de 2009, a despesa com juros representava 5,40% do PIB. As informações são de agências
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